Na agricultura, o uso do geoprocessamento garante mais eficiência na produtividade agrícola. Isso acontece porque ele reúne tecnologias e métodos essenciais para coletar, tratar e analisar dados referentes à produção na lavoura.
Assim, por meio de imagens detalhadas e mapas precisos, é possível realizar planejamentos estratégicos e tomar decisões mais seguras e assertivas.
Neste artigo, vamos explicar o que é geoprocessamento e como funciona sua atuação na agricultura.
Acompanhe a seguir!
O que é geoprocessamento?
O geoprocessamento consiste em um conjunto de tecnologias que coletam e tratam informações georreferenciadas para possibilitar o desenvolvimento contínuo de novas aplicações.
Em síntese, a junção dessas tecnologias, integradas em Sistemas de Informação Geográfica (SIGs ou GIS, na sigla em inglês), permite analisar e cruzar dados oriundos de diversas fontes, facilitando a extração de informação e a tomada de decisão.
Na agricultura, o geoprocessamento pode ser aplicado nas seguintes situações:
- Planejamento de linhas de plantio;
- Monitoramento da saúde da plantação;
- Identificação e quantificação de plantas daninhas;
- Aplicação de insumos.
Quais são as etapas do geoprocessamento?
O geoprocessamento é constituído por cinco etapas fundamentais. São elas:
- Identificação do problema;
- Seleção de dados;
- Transformação de dados;
- Análise dos dados;
- Visualização dos resultados.
Logo, a primeira etapa consiste em identificar qual é o problema para que a partir dela, os demais trabalhos sejam desenvolvidos. Em seguida, vem a seleção dos dados, para garantir que os resultados sejam precisos e confiáveis.
Já na transformação dos dados é necessário que as informações visuais sejam transformadas em mapas de drones georreferenciados. Por fim, a análise e visualização dos resultados permite chegar às conclusões.
Qual é a origem do geoprocessamento? Quando ele começou a ser utilizado no Brasil?
Os primeiros estudos sobre o geoprocessamento surgiram na década de 1950, quando estudiosos ingleses e norte-americanos buscavam maneiras de promover melhorias na produção e atualização de mapas.
Entretanto, foi apenas em 1970 que a informática começou a dar suporte para os conceitos de geoprocessamento. A partir de então, as evoluções tecnológicas contribuíram para o crescimento desse campo de estudos.
Já em 1988 foi criada a fundação da National Centre for Geographical Information and Analysis (NCGIA) nos EUA e o geoprocessamento foi reconhecido como disciplina científica.
No Brasil, a introdução do geoprocessamento iniciou-se a partir do esforço de divulgação e formação de pessoal feito pelo prof. Jorge Xavier da Silva (UFRJ), no início dos anos 80.
Nesse período, a vinda do Dr. Roger Tomlinson, em 1982, responsável pela criação do primeiro SIG (o Canadian Geographical Information System), incentivou o surgimento de vários grupos interessados em desenvolver a tecnologia.
Qual é a relação do geoprocessamento com a agricultura de precisão?
A agricultura de precisão utiliza tecnologias avançadas para monitorar as atividades rurais de modo geral, o que contribui para o entendimento das condições ideais de cultivo das culturas e para tomada de decisões assertivas.
Nesse cenário, o geoprocessamento é uma das tecnologias mais utilizadas pela agricultura de precisão. Isso porque ele trabalha com técnicas de mapeamento, topografias e imagens de satélite para que o produtor consiga conhecer melhor as áreas rurais.
Em geral, ao adotar o uso do geoprocessamento na propriedade, o produtor rural consegue associar o mapa da fazenda a um banco de dados para realizar o planejamento rural com mais precisão e, consequentemente, aumentar a produtividade sem degradar o meio ambiente.
Assim, por meio da agricultura de precisão aliada ao uso do geoprocessamento, é possível avaliar o potencial produtivo, as restrições de terra, a conservação do solo e da água, além das práticas de manejo adequadas para a propriedade. Tudo isso, claro, tendo como base as características do ambiente, como solo, clima, vegetação nativa, entre outros.
Como utilizar o geoprocessamento nas atividades agrícolas?
A princípio, a partir do uso do geoprocessamento, é possível aumentar a eficiência na utilização de insumos, na conservação e manejo do solo, monitoramento de áreas irrigadas, pragas e doenças, entre outros.
Confira a seguir de que forma o geoprocessamento pode ser utilizado nas atividades agrícolas:
Acesso a imagens precisas
Ao utilizar o geoprocessamento, o produtor rural tem acesso a fotografias aéreas e dados de satélites, que o ajuda a visualizar detalhadamente as imagens da lavoura.
Dessa forma, fica mais fácil monitorar, diagnosticar e planejar as atividades que devem ser executadas na propriedade.
Criação de mapas completos
Com base em imagens detalhadas e dados georreferenciados, fornecidos pelo geoprocessamento, também é possível criar vários mapas como os de plantio, produtividade e vegetação.
A partir desses mapas, os produtores têm acesso a informações mais precisas sobre a lavoura, pastagem, recursos naturais, construções, estradas e outros dados importantes para a gestão da propriedade.
Planejamento rural estratégico
Por meio do geoprocessamento, o produtor obtém dados cruciais para a avaliação da aptidão da área para realizar as atividades agrícolas.
Logo, a partir de informações como relevo, declividade, recursos hídricos, solo, clima, entre outras, o agricultor consegue identificar qual é a atividade agrícola mais apropriada para cada região.
Assim, a partir dos dados coletados, é possível realizar um planejamento rural estratégico, com a definição de práticas de manejo e conservação adequada para cada área, considerando seus recursos e deficiências.
Aumento da produtividade
Na prática, alguns softwares de gestão agrícola utilizam dados obtidos por ferramentas de geoprocessamento, como drones e sensores. Isso facilita a realização de diagnósticos automáticos da propriedade rural.
Desse modo, o agricultor consegue acompanhar e se antecipar ao surgimento de mudanças e adversidades climáticas, problemas no plantio e aparecimento de pragas e doenças, por exemplo.
Como resultado, será possível aumentar a produtividade de modo sustentável, por meio do uso de estratégias precisas e eficientes, orientadas por dados da propriedade.
Quais são as principais vantagens do geoprocessamento na agricultura?
Como vimos, o geoprocessamento pode ajudar o produtor em diversos aspectos das atividades agrícolas.
Veja também suas principais vantagens!
Possibilita o acesso a imagens de satélite
Em geral, as tecnologias de geoprocessamento são fáceis de utilizar e fornecem imagens de satélite em tempo real.
Além disso, com o passar do tempo e a realização de várias análises, o produtor também tem acesso a dados históricos mais detalhados, como mapas de produtividade e de colheita.
O conjunto dessas informações pode facilitar a tomada de decisões em relação ao manejo da propriedade rural.
Permite o acesso a informações mais detalhadas sobre cada talhão
O geoprocessamento também possibilita o acesso a diagnósticos e previsões sobre cada talhão da fazenda.
Dessa forma, o produtor rural poderá monitorar as atividades da área, analisar o andamento do trabalho, se antecipar aos possíveis problemas e determinar os próximos passos.
Ajuda a identificar tendências de produtividade
A partir dos dados fornecidos pela tecnologia de geoprocessamento, é possível entender as tendências de produtividade de cada talhão.
Com base nisso, será mais fácil descobrir as manchas de solo e de plantio, bem como outros problemas que podem interferir na rentabilidade da safra.
Facilita a identificação de pragas e doenças
Pelo mapeamento da fazenda, o produtor rural consegue identificar, de forma antecipada, a ocorrência de infestação de pragas e doenças que podem devastar a lavoura.
Com isso, ele consegue realizar o monitoramento e adoção de estratégias de manejo ainda no início do problema. Como resultado, há a diminuição de infestação nas culturas e a redução de pragas e doenças que afetam a safra.
Auxilia no controle de plantas daninhas
Por fim, o geoprocessamento trabalha com imagens detalhadas que podem revelar a presença de plantas daninhas. Desse modo, o agricultor consiga mensurar os impactos e tomar decisões seguras para eliminar o problema.
Conclusão
Enfim, como lemos neste artigo, o geoprocessamento é uma das tecnologias que fazem parte da agricultura de precisão. Assim, a partir da coleta, tratamento e análise de dados, o produtor consegue ganhar eficiência e competitividade no mercado.
Além disso, o conjunto de imagens detalhadas e mapas precisos fornecidos por essa tecnologia ajuda o produtor a executar as atividades agrícolas de modo mais assertivo. Como resultado, é possível obter uma maior produtividade e melhor uso dos recursos da propriedade.
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Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.
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