É oficial: em 11 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que estamos vivendo a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus Sars-Cov-2.
Desde o primeiro diagnóstico da doença, feito no fim de dezembro de 2019 em Wuhan, na China, já foram detectados, até 25 de março, mais de 420 mil pessoas infectadas pelo vírus em 197 países e territórios, segundo dados coletados pela agência Reuters. Destes casos, cerca de 108 mil pessoas se recuperaram e 18 mil faleceram, em decorrência das complicações da Covid-19.
No Brasil, até a mesma data, foram registrados 2.271 casos confirmados e 47 mortes causadas pelo novo coronavírus. A doença foi registrada em 26 estados e no Distrito Federal.
Nesta quinta-feira, 26 de março, completa-se um mês desde que o primeiro caso de Covid-19 foi registrado no país. Como tem sido a transmissão do vírus no Brasil até o momento? De que forma nós, que atuamos no setor do agronegócio, podemos nos prevenir e nos cuidar para continuar trabalhando bem?
O AgriQ veio te ajudar a entender melhor tudo isso! Nos acompanhe:
No Brasil, o primeiro caso de infecção por coronavírus foi identificado em 26 de fevereiro, em um paciente que havia voltado da Itália, o país com maior número de casos da Covid-19 na Europa. Desde então, o número de pessoas infectadas têm crescido, com um aumento acentuado a partir do dia 15 de março, quando foram confirmados 98 casos no país.
Em 20 de março, o Ministério da Saúde brasileiro confirmou que todo o território nacional está sob transmissão comunitária do coronavírus. Isto significa que agora, não é mais possível rastrear a origem do contágio — mesmo pessoas que não viajaram ou tiveram contato com alguém que esteve no exterior podem contrair a doença.
Para diminuir a transmissão do coronavírus, ações de prevenção e contenção foram adotadas pelo governo federal, estadual e municipal. Dentre elas, estão medidas de higiene, como a lavagem de mãos com água e sabão, até mesmo atos administrativos mais rígidos, como a quarentena, que visa limitar a circulação de pessoas e foi adotada em estados como São Paulo, onde se localizam a maior parte dos casos de Covid-19 do país (até a publicação desta matéria, eram 810 confirmados).
Em meio a este cenário, repleto de dúvidas e incertezas, fica a pergunta: como se prevenir da Covid-19 em setores que seguem funcionando, como o agronegócio? De que forma podemos garantir a saúde dos colaboradores e manter as atividades, essenciais para a cadeia produtiva, a economia e a alimentação da população brasileira?
Pensando nisso, nós do AgriQ Receituário Agronômico — uma empresa que visa o bem estar coletivo e preza pela segurança e transparência na atividade agrícola — conversamos com o médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz, do Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), sobre como os profissionais que atuam no mundo agro podem se prevenir do contágio do coronavírus. Confira:
Segundo Boaventura, a transmissão pelo coronavírus no meio rural ocorre da mesma forma que na zona urbana — pelas gotículas de espirros e fala, que alcançam as mucosas do olho, nariz e boca de diferentes maneiras:
- Em contato físico com uma pessoa infectada, por meio de beijos, abraços e apertos de mãos;
- Em contato com superfícies contaminadas, como maçanetas, corrimões, copos e outros objetos de uso comum, que tornam a mão infectada;
- Pelo ar, quando as gotículas são transmitidas por espirros e falas de pessoas próximas.
A diferença em relação a zona urbana é que no meio rural, há menos aglomerações e mais locais abertos, com maior ventilação e incidência solar, que não são propícios para a circulação do vírus. No entanto, é preciso seguir as medidas de prevenção com a mesma cautela.
As recomendações são gerais:
- Higiene constante de mãos com água e sabão ou álcool em gel, em lavagem correta, por cerca de 20 segundos;
- Higiene de ferramentas agrícolas e quaisquer utensílios e superfícies de uso constante ou que possam ser utilizadas por outra pessoa. A limpeza pode ser feita com sabão, álcool 70 ou desinfetantes;
- Cobrir o nariz e boca ao tossir, com lenço de papel ou o braço;
- Não compartilhar utensílios de uso comum, como copos, talheres, toalhas, entre outros;
- Evitar tocar o rosto e mucosas (boca, olhos e nariz), mesmo com as mãos limpas;
- Reforçar a limpeza dos ambientes com sabão, álcool 70 ou desinfetantes;
- Manter os ambientes ventilados;
- Evitar aglomerações e quaisquer ambientes e festividades que propiciem isso (restaurantes, feiras, entre outros);
- Manter uma distância de, no mínimo, dois metros de pessoas que apresentem os sintomas da Covid-19;
- Uso de máscara, caso apresente algum sintoma da doença, esteja com tosse/nariz escorrendo ou em contato com paciente diagnosticado com a doença.
Para controlar a transmissão do coronavírus, alguns estados no país adotaram quarentena ou restrição social limitada. É importante seguir as diretrizes apontadas pelos órgãos oficiais para evitar o contágio e consequentemente, transmitir a doença para mais pessoas, especialmente aquelas que fazem parte do grupo de risco (idosos, diabéticos, hipertensos e pessoas com insuficiência renal e doenças respiratórias ou cardiovasculares crônicas.
Confira qual o plano de contingência do seu estado neste link.
3. Quais são os sintomas da Covid-19?
Os principais sintomas da doença são tosse seca, febre e cansaço. Pacientes também podem apresentar dores no corpo, falta de ar, diarreia e tosse com sangue.
Confira um comparativo dos sintomas da Covid-19 com a gripe e o resfriado:
Segundo Boaventura, mesmo nessas condições, o colaborador não está totalmente seguro. “É um ambiente com menos risco de transmissão, mas de qualquer forma, no meio rural, podemos ter momentos de aglomeração. Isso deve ser evitado a todo custo”, reforça o infectologista. “Quanto mais afastado e com menos circulação de pessoas, menos risco temos de transmissão”.
5. Para os profissionais que costumam se deslocar diariamente do campo para a cidade (e vice-versa), quais são os cuidados que precisam ser tomados?
No caso de transporte coletivo, como ônibus, Boaventura reforça que o risco de contágio é maior, devido a pontos como a aglomeração de pessoas, a menor ventilação e superfícies de uso compartilhado que podem estar potencialmente contaminadas. O quando puder ser evitado, é preferível.
No caso de outros veículos, como carros e caminhões, é importante manter a ventilação e sempre fazer a higienização das superfícies, como volantes, aparelhos de som, entre outros.
Também é indicado adotar, o quanto for possível, o trabalho remoto, além de diminuir o número de visitas e reuniões presenciais.
O AgriQ, por exemplo, adotou home office para seus colaboradores. Nosso software, com todas as suas funcionalidades (emissão de receita agronômico, ficha de emergência, consulta fitossanitária, entre outras), também pode ser utilizadode forma remota por nossos clientes, já que nossa plataforma é hospedada em serviço de armazenamento nuvem.
Para facilitar ainda mais o acesso ao nosso software, iremos lançar o aplicativo AgriQ! Assim, você consegue acessar nossos serviços pelo smartphone, de forma remota, sem uso de internet e com assinatura digital. Saiba mais em bit.ly/fale-com-o-agriq.
6. Muitos profissionais da agropecuária manuseiam, diariamente, produtos fortes, como defensivos agrícolas. Como fica a imunidade destes trabalhadores?
O infectologista relembra — e nós reforçamos: o uso de agrotóxicos deve ser sempre feito com os devidos equipamentos e proteção exigidas, seguindo as recomendações necessárias.
“Se esses produtos agrícolas não forem manuseados dessa forma, corre-se o risco de baixar a imunidade. Nessas condições, o paciente que for infectado pelo coronavírus pode evoluir de forma diferente daqueles que não fizeram uso de produtos com risco à saúde, como os defensivos”, afirma.
7. No caso de lojas agropecuárias, cooperativas e outros estabelecimentos do ramo, quais são os cuidados que devem ser tomados?
De acordo com Boaventura, as lojas agropecuárias devem restringir o tempo de atendimento e o número de materiais que serão expostos para a venda. O mais sensato, segundo o médico, seria deixar exposto aquilo que é mais essencial e precisa estar disponível para o manuseio.
“Toda vez que alguém manuseia algum produto dentro de uma loja agropecuária, deve passar um álcool em gel na sua mão, pois o produto ou material pode estar contaminado pelas gotículas com o vírus. Qualquer manuseio de dinheiro, de ferramentas, de maçaneta, corrimão, você deve posteriormente lavar as mãos ou usar o álcool em gel antes de passar a mão no rosto, pegar algum alimento ou qualquer coisa semelhante”, explica o infectologista.
8. Quando a pessoa deve procurar atendimento médico? De que forma fazer isso?
O paciente deve procurar ajuda médica quando apresentar febre persistente e dificuldade para respirar. Caso tenha outros sintomas, a recomendação é ficar em casa por 14 dias e seguir as recomendações do Ministério da Saúde para o isolamento domiciliar (confira neste link).
Para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), a recomendação é procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) ou hospital mais próximo do seu domicílio que esteja prestando atendimento. Confira aqui a lista de UBSs e aqui a lista de hospitais que estão atendendo no seu município. Caso tenha dúvidas, entre em contato com o Disque Saúde pelo número 136.
Para quem é usuário da rede privada, a recomendação é entrar em contato com seu plano e conferir quais unidades estão preparadas para o atendimento de pacientes com suspeita de Covid-19.
E aí, conseguimos sanar suas dúvidas?
Neste momento, é importante cuidar da saúde e pensar no coletivo. Trabalhando juntos, com responsabilidade e segurança, conseguimos pensar em novas possibilidades e garantir que o setor agrícola continue forte!
Pode contar com o AgriQ Receituário Agronômico nesta jornada! Conheça mais sobre nós e nossos planos no nosso site.
Jornalista e Analista de Conteúdo no Conexa, hub de inovação da Aliare.
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