Imagem de destaque para artigo sobre armazenagem de grãos no Blog AgriQ. Descrição da imagem: silos metálicos para armazenagem de grãos. (Créditos: Shutterstock)

Armazenagem de grãos: como fazer de forma descomplicada?

Armazenagem de grãos: como fazer de forma descomplicada?

A armazenagem é uma das maneiras mais seguras de manter a qualidade dos grãos após a colheita e, consequentemente, gerar mais rendimento para a lavoura.

Neste artigo, vamos explicar como a armazenagem de grãos é feita e quais são as vantagens de investir nesse tipo de processo.

Portanto, leia até o final para tirar todas as suas dúvidas!

O que é armazenagem de grãos?

A armazenagem de grãos é o processo de armazenar os grãos produzidos com o intuito de preservar suas qualidades físicas e químicas, desde a colheita até a distribuição.

De modo geral, esse processo é composto por uma sequência de operações como limpeza, secagem, tratamento fitossanitário, transporte, classificação, entre outros.

Sendo assim, podemos afirmar que o armazenamento de grãos é um dos meios mais eficazes de obter um produto fora de sua sazonalidade. Isso é possível graças ao uso de boas práticas de armazenamento, que garantem a conservação da qualidade física e fisiológica dos grãos.

Onde armazenar os grãos?

Em geral, a armazenagem de grãos é realizada em sítios para armazenamento, mais conhecidos como silos e armazéns.

Sendo assim, entre os diferentes tipos de armazenagem de grãos, temos:

  • Silos metálicos;
  • Silos de concreto;
  • Armazém graneleiro;
  • Silos-bolsa;
  • Silos móveis.

Silos metálicos

Silo metálico utilizado para armazenagem de grãos (Créditos: Px Here)
Silo metálico para armazenagem de grãos (Foto: Pixabay)

Os silos metálicos possuem média capacidade. São caracterizados por uma estrutura metálica de chapas lisas ou corrugadas, de ferro galvanizado ou alumínio, fabricados em série e montados sobre um piso de concreto.

Em geral, esse tipo de silo tem fundação mais simples, menor custo, além de possuir célula de capacidade média, que possibilita mais flexibilidade operacional.

No entanto, embora tenha diversas vantagens, é importante destacar que o silo metálico é suscetível a infiltração de umidade e ao vazamento de gases durante o processo de expurgo (um tipo de tratamento fitossanitário, também conhecido como fumigação).

Outro ponto fundamental que deve ser avaliado é que nessa estrutura, pode ocorrer a transmissão de calor para dentro da célula como resultado da condensação (ou seja, o gotejamento).

Silos de concreto

Silo de concreto para armazenagem de grãos
Silo de concreto para armazenagem de grãos (Foto: MyFarm)

Os silos de concreto consistem em depósitos de média e grande capacidade. Suas estruturas são compostas por duas partes fundamentais: torre (elevadores, secadores, exaustores, máquinas de limpeza, distribuidores e demais componentes) e conjunto de células e entre células (grãos em pós-secagem e limpeza).

Vale destacar que por serem verticais, os silos de concreto ocupam menos espaço. Além disso, também possuem paredes espessas que evitam a transmissão de calor, o que consequentemente favorece a melhor conservação da produção e permite mais tempo de armazenagem.

A instalação dos silos de concretos não apenas demanda um longo tempo, mas também exige um investimento considerável, maior que outros tipos de armazenagem de grãos. Fora isso, esses depósitos também possuem um alto custo de manutenção, devido a grande incidência de quebra do grão por conta da altura do silo.

Armazém graneleiro

Armazém graneleiro para armazenagem de grãos (Foto: Research Gate)
Armazém graneleiro para armazenagem de grãos (Foto: Research gate)

O armazém graneleiro é um tipo de armazenagem de grãos em que os produtos são estocados em montes — isto é, sobre lajes de concreto executadas diretamente sobre o terreno.

Apesar da estrutura simples, o armazém graneleiro é um método vantajoso, visto que há um baixo custo por tonelada instalada, maior rapidez de execução e grande capacidade de armazenamento.

Por outro lado, assim como existem benefícios neste método, também temos desvantagens. Esses prejuízos estão relacionados a baixa versatilidade na movimentação de grãos, pequeno número de células e a grande possibilidade de infiltração de água.

Silos-bolsa

Silo-bolsa para armazenagem de grãos (Foto: Rural Pecuária)
Silo-bolsa para armazenagem de grãos (Foto: Rural Pecuária)

Os silos-bolsa são constituídos por túneis de polietileno de alta densidade, compostos por camadas internas e uma camada exterior branca de dióxido de titânio. Assim, são um tipo de armazenagem de grãos capaz de proporcionar mais resistência e reflexão dos raios solares, o que ajuda a prevenir o ressecamento da lona plástica.

Entre as principais características dos silos-bolsa, podemos citar:

  • Baixo custo operacional;
  • Possibilidade de separação da safra por lotes e qualidades diferentes;
  • Otimização da logística durante a colheita;
  • Proteção da produção de agentes externos e pragas;
  • Manutenção e conservação da qualidade dos grãos.
  • Necessidade de adquirir as máquinas embutidoras, extratoras e trator (manutenção e treinamento);
  • Vulnerabilidade a predadores que podem furar a superfície plástica;
  • Tempo de armazenagem inferior em comparação aos outros sistemas de armazenamento;
  • Certa dificuldade para descarregar os grãos armazenados.

Silos móveis

Silos móveis para armazenagem de grãos (Foto: Gaúcha ZH)
Silos móveis para armazenagem de grãos (Foto: Gaúcha ZH)

Os silos móveis são, basicamente, estruturas improvisadas com lonas de alta resistência e big bags, recipientes grandes feitos de um tecido em polipropileno. Por isso, são uma forma flexível e expansível de armazenamento.

Por serem estruturas mais simples, os silos móveis possuem um custo mais baixo em relação aos demais sistemas. Desse modo, caso o produtor opte por esse tipo de armazenagem de grãos, é preciso ter em mente que apesar do menor valor, os silos móveis possuem uma capacidade de armazenamento limitada, além de também necessitarem de equipamentos móveis para carga e descarga.

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Como escolher o melhor tipo de armazenagem de grãos?

Como podemos ver, o mercado disponibiliza diferentes opções de armazenamento.

Entretanto, antes de escolher a forma que você irá armazenar sua produção, é importante avaliar alguns pontos, como:

  • Custo-benefício;
  • Tempo que pretende deixar sua produção armazenada;
  • Volume de grãos;
  • Riscos de deixar seu produto guardado neste tipo de armazenagem de grãos.

Além disso, no momento de fazer a sua escolha, será necessário responder as seguintes questões:

  • Qual grão será armazenado?
  • Qual é a quantidade estimada de grãos armazenada? (para verificar a capacidade)
  • Qual é o custo do frete? (para comparar com silos de terceiros)
  • Quanto há de capital disponível para o investimento?
  • Há pessoal capacitado para trabalhar nos silos?

Logo, independente do modelo escolhido, a estrutura ideal deve apresentar as condições básicas para a preservação dos grãos, além de princípios básicos de armazenagem que possibilitem a limpeza, secagem e o armazenamento eficiente da produção.

Quais são as principais vantagens da armazenagem de grãos?

O armazenamento de grãos oferece várias vantagens para produção agrícola.

Entre as principais, podemos citar:

  • Redução das perdas quantitativas e qualitativas que ocorrem no campo pelo atraso da colheita ou durante o armazenamento em locais inadequados;
  • Redução de gasto com transporte, que tem seu preço máximo no “pico de safra;
  • Aumento do rendimento na colheita, já que evita a espera dos caminhões nas filas nas unidades coletoras ou intermediárias;
  • Garante a qualidade do produto, evitando o tratamento inadequado devido ao grande volume a ser processado no período da safra;
  • Favorece a obtenção de financiamento por meio das linhas de crédito específicas para a pré-comercialização;
  • Disponibilidade do produto para utilização oportuna;
  • Maior poder de barganha dos produtores, pois permite a escolha da época de comercialização.

Como é feita a armazenagem de grãos no Brasil?

Após realizar a colheita, os grãos são encaminhados para o armazenamento. No entanto, alguns cuidados são indispensáveis para garantir a qualidade e evitar perdas.

Confira a seguir as principais etapas executadas antes e durante o armazenamento de grãos!

1º – Preparação do silo

Em primeiro lugar, o silo precisa estar completamente limpo para receber os grãos. Dessa forma, é importante verificar se o local está sem qualquer remanescente da silagem anterior e de resquícios de insetos.

2º – Limpeza

Antes de seguir para o armazenamento, o recomendado é limpar os grãos colhidos. Assim, é possível deixá-los sem impurezas, restos culturais ou, até mesmo, doenças.

3º – Secagem

Cada tipo de grão possui uma quantidade máxima de umidade. Então, para evitar perdas, é essencial conhecer os teores de umidade a que os grãos precisam ser reduzidos para o armazenamento adequado. Isso é necessário porque se a umidade for ultrapassada, os grãos se tornam suscetíveis ao desenvolvimento de microrganismos que podem estragá-los.

Desse modo, os processos de secagem devem garantir o alcance da umidade desejada para o armazenamento.

4º – Aeração

Já armazenados, depois de passarem pela limpeza e secagem, os grãos devem receber aeração para resfriarem e terem a umidade uniformizada.

Em resumo, a aeração de grãos armazenados é um procedimento para promover a passagem de baixa vazão de ar natural ou resfriado. Esse processo é realizado por meio de ventiladores, que movimentam o ar através da massa granular.

O objetivo da aeração é baixar e uniformizar a temperatura dos grãos armazenados, prevenir a migração de umidade e, dependendo das condições climáticas e da vazão de ar, viabilizar a secagem ou reumedecimento dos grãos.

5º – Termometria

Termometria é o processo para obter valores específicos de temperatura para uma massa de grãos armazenada em silos ou armazéns graneleiros. Para realizá-lo, é necessário que esses locais sejam equipados com dispositivos à base de pares termoelétricos.

Em geral, as leituras são efetuadas em diferentes alturas e regiões do interior da massa de grãos, com exatidão e rapidez.

6º – Controle de pragas

Algumas pragas, como gorgulho, roedores e traças, podem se desenvolver em grãos com baixa umidadade.

Por isso, o controle de pragas é essencial para evitar o comprometimento da qualidade dos grãos, bem como a penetração de fungos.

7º – Acompanhar as condições regularmente

Por fim, será necessário acompanhar regularmente as condições dos grãos após o armazenamento. Isso porque caso ocorra alguma alteração, as medidas necessárias serão tomadas com antecedência, evitando assim possíveis prejuízos.

Como comprar um silo de grãos? Quanto custa?

Para adquirir silos, primeiramente você deve entrar em contato com as empresas fabricantes.

Em geral, os valores podem variar bastante, já que existem diferentes modelos, com opção de moega, secador, balança, entre outros equipamentos.

Dessa maneira, o recomendado é encontrar uma empresa que produza silos adaptados de acordo com as suas condições e necessidades.

Além disso, é fundamental verificar se o fabricante oferece soluções, projetos e montagem de silos que atendam a sua demanda.

A seguir, temos uma média de preços de silos:

  • Silos metálicos: em média 2 milhões;
  • Silos-bolsa: R$1500 (custo médio por bolsa);
  • Silos de concreto: custo médio de R$360 mil (capacidade de 1.800 toneladas).

Conclusão

Apesar da estrutura para armazenamento de grãos não ser um investimento tão barato, os silos e armazéns trazem diversas vantagens para sua propriedade.

Com uma infraestrutura própria de armazenagem, você consegue ter mais controle e autonomia da sua produção. Além disso, também garante mais qualidade e segurança para os seus produtos, dois pontos fundamentais para a venda dos grãos.

Enfim, conseguiu entender como funciona o processo de armazenamento de grãos? Esperamos que este artigo tenha ajudado a esclarecer suas dúvidas.

Gostou desse conteúdo? Leia também nosso artigo sobre tratamento de sementes.

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Rafaella Aires

Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.

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