Imagem de destaque para artigo sobre arroz no Blog AgriQ. (Créditos: Pixabay)

Arroz: quais fatores afetam o desenvolvimento da cultura?

Arroz: quais fatores afetam o desenvolvimento da cultura?

O arroz é o terceiro cereal mais produzido no mundo, ficando atrás apenas do milho e do trigo. No Brasil, ele faz parte do cardápio diário da população e por isso, possui uma alta demanda interna.

Nesse sentido, esse cereal não só é de grande importância para o mercado nacional, como também representa uma excelente oportunidade de negócio para agricultores que desejam aumentar sua rentabilidade.

Pensando nisso, preparamos um artigo para mostrar os principais fatores que afetam o desenvolvimento do arroz e apresentar as melhores práticas de cultivo desse cereal.

Confira a seguir!

Quais são as fases de desenvolvimento do arroz?

Em síntese, podemos dividir o ciclo de desenvolvimento do arroz em três fases principais: plântula, vegetativa e reprodutiva.

A duração de cada fase tem influência direta da função da cultivar, época de semeadura, região de cultivo e condições de fertilidade do solo.

Nesse sentido, o período de duração do ciclo costuma variar entre 100 e 140 dias para a maioria das cultivares plantadas em sistema inundado, em que a maior parte da variação ocorre na fase vegetativa.

Por outro lado, cultivares de arroz de sequeiro tem duração de ciclo entre 110 e 155 dias.

Qual a diferença entre o plantio de arroz sequeiro e arroz irrigado?

De maneira geral, é possível plantar o arroz por meio de dois sistemas: o irrigado e o sequeiro.

No Brasil, a maioria das regiões utiliza o sistema irrigado ou várzea, representando 80% das lavouras, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os outros 20% são de arroz sequeiro.

O plantio irrigado necessita de alta disponibilidade de água, além de áreas planas e maior investimento inicial para implementação da lavoura.

Nesse tipo de sistema, é preciso cobrir o solo com uma lâmina d’água durante a maior parte do ciclo da cultura. A drenagem ocorre somente alguns dias antes da colheita.

Em contrapartida, no arroz de sequeiro ou de terras altas, não é preciso fazer o plantio com o solo submerso. No Brasil, este sistema é mais comum no cerrado, mas também vem sendo muito utilizado como rotação de cultura.

De modo geral, o sistema sequeiro apresenta menores níveis de produtividade que o arroz irrigado. No entanto, com a utilização de pesquisas e estratégias de manejo, espera-se que o cultivo de arroz de sequeiro aumente e gere maior produtividade.

Quais são os fatores que afetam o desenvolvimento do arroz?

Para obter bons resultados e garantir um desenvolvimento saudável da cultura de arroz, é necessário se atentar para alguns fatores importantes.

Entenda o que você precisa fazer para garantir o melhor rendimento e produtividade da sua lavoura.

Local e época de plantio

O arroz é um grão que precisa de água em abundância para se desenvolver. Por isso, o ideal seria plantá-lo próximo a rios, lagos ou locais que chova com frequência.

Além disso, é importante escolher locais que possuem solos planos e ricos em nutrientes, para garantir resultados satisfatórios.

Já em relação ao clima, a cultura de arroz não tolera temperaturas extremas. Sendo assim, considere utilizar um lugar de luz solar plena, pois o grão necessita de sol, mas com temperaturas na faixa dos 21ºC.

No mais, o plantio do arroz pode variar de acordo com a região. No Sul e Centro-oeste, o plantio acontece o no mês de setembro enquanto no Norte e Nordeste, o cultivo do cereal ocorre no mês de outubro.

Seleção das variedades para a plantação de arroz

Após escolher o local e definir a época de plantio do arroz, é hora de selecionar as variedades do cereal para cultivo.

Nesse tipo de cultura, é possível optar por apenas uma ou utilizar-se de várias espécies, o que vai exigir mais cuidados com o cultivo.

Confira os tipos de arroz:

Grão longo: dá origem a grãos leves e macios e tendem a ser mais secos que as demais variedades.

Grão médio: úmido, tenro, grudento e fica cremoso após o cozimento. Apresenta a mesma textura que o arroz de grão longo.

Grão curto: torna-se macio e grudento após o cozimento. É um pouco mais doce e também o ideal para o preparo de sushi.

Glutinoso: é conhecido como arroz pegajoso, por conta da sua textura após o cozimento. É utilizado em alimentos congelados.

Aromático: possui mais sabor e fragrância que as outras variedades. Essa categoria engloba o arroz Basmati, jasmim, vermelho e o preto.

Arbóreo: é ideal para risotos e pratos de origem italiana, pois depois de cozido, ganha cremosidade e um núcleo consistente.

Desinfecção das sementes

Como qualquer outra cultura, o arroz também está sujeito ao surgimento de pragas, que podem gerar grandes prejuízos.

Sendo assim, será necessário fazer a desinfecção das sementes a partir do uso de fungicidas para evitar a proliferação de pragas de maneira antecipada.

Essa prática vai garantir o desenvolvimento saudável da cultura, desde o momento da semeação até 30 dias após o início do seu crescimento.

Sistema de Plantio

No Brasil, o arroz é cultivado em dois grandes sistemas: semeadura direta e transplante. Ambos se diferenciam em aspectos como a época de preparo do solo, os métodos de semeadura e o manejo inicial da água.

Isso significa que na semeadura direta, as sementes são distribuídas diretamente no solo, seja na forma de sementes secas ou pré-germinadas, a lanço ou em linhas, em solo seco ou inundado.Já no sistema de transplante, as plântulas produzem primeiramente em viveiros ou sementeiras antes de serem levadas para o local definitivo.

Contudo, é importante ressaltar que independente do método de preparo do solo, será necessário fazer o aplainamento da superfície do terreno para corrigir as irregularidades do terreno.

Assim, será possível garantir a uniformização da lâmina de água e o controle mais eficiente das plantas daninhas, bem como o favorecimento do sistema de plantio com sementes pré-germinadas.

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Semeadura

Como falamos anteriormente, é possível plantar o arroz por meio da semeadura direta e sistema de transplantio.

No sistema de semeadura direta, as sementes são distribuídas diretamente no solo, quer seja na forma de semente seca ou pré-germinada. Nesse método, o arroz pode atingir a maturação em sete a dez dias antes daquele que é produzido pelo sistema transplantado.

Essa redução de ciclo pode ser importante para áreas onde se utilizam cultivos sucessivos e/ou apresentam limitações climáticas, como ocorrência de baixas temperaturas. Sendo assim, a semeadura direta é o melhor sistema de plantio de arroz irrigado nas várzeas tropicais, como no estado do Tocantins.

Já o sistema de transplantio possui as fases de produção de mudas e a do transplantio propriamente dito. Esse é o método mais eficiente de controle do arroz vermelho.

Em síntese, esse é um sistema de semeadura indireta onde o arroz é semeado inicialmente em sementeira ou viveiro, em um solo com preparo adequado. Logo, assim que as mudas atingem o tamanho ideal para o transplantio, são levadas para o campo definitivo.

No transplantio mecânico, a produção de mudas ocorre em caixas de madeira ou plásticas, com fundo perfurado de 5 cm de altura. O comprimento e a largura, de acordo com a transplantadora adequada.

Por outro lado, para realizar o transplantio manual em um hectare, é necessário o equivalente ao trabalho diário de 30 a 40 homens. Nesse caso, as mudas devem ser transplantadas em áreas previamente drenadas, ao atingirem 20 a 30 dias, o que corresponde a uma altura ao redor de 25 cm.

Nutrição e Adubação

Em resumo, para identificar a recomendação de adubação para a cultura de arroz, é preciso seguir alguns passos fundamentais:

  • Amostragem de solo ou tecido vegetais;
  • Análise em laboratório;
  • Interpretação dos resultados analíticos;
  • Recomendação de corretivos e fertilizantes.

Assim, após identificar a necessidade, será necessário realizar o cálculo de adubação, que é feito por meio de tabelas oficiais de cada estado e de acordo com a especificação de cada cultura e faixas de nutrientes do solo.

Irrigação

A cultura de arroz necessita de uma grande quantidade de água para conseguir se desenvolver de forma saudável. No entanto, essa quantia nem sempre é suprida pelos rios e chuvas.

Nesse caso, os agricultores utilizam a irrigação para garantir o acesso e quantidade adequada de água para a cultura.

Com a utilização da irrigação, a cultura tende a produzir mais, já que se encontra em condições estáveis.

Ao irrigar a plantação de arroz é importante ter cuidado para não encharcar a terra. Nesse processo, é fundamental montar um sistema com acionamento de modo manual ou automático por um tempo preestabelecido, que deve variar conforme o tipo de arroz.

Controle de plantas daninhas, pragas e doenças

Para controlar o surgimento de plantas daninhas, pragas e doenças, utiliza-se a rotação de culturas.

Na plantação de arroz, essa técnica também ajuda reduzir a liberação de toxinas pelas raízes, que continuam no solo e podem prejudicar o desenvolvimento da cultura.

Essa prática também é útil pois a cultura de arroz costuma retirar muitos nutrientes do solo durante o cultivo. Assim, não recomenda-se utilizar o mesmo terreno para plantar o cereal de forma consecutiva — o ideal é aguardar o intervalo de no mínimo um ano.

Nesse sentido, o ideal é que após a colheita, o agricultor limpe os restos da cultura, já que eles demoram para se decompor e podem dificultar a germinação das próximas sementes.

Em geral, a soja e o milho são as culturas mais comuns no sistema de rotação com o plantio de arroz.

Colheita do arroz

Quando o assunto é colheita de arroz, é possível considerar três métodos: o manual, o semimecanizado e o mecanizado.

No primeiro, as operações de corte, enleiramento, recolhimento e trilhamento são feitas manualmente. Já no semimecanizado, o corte, o enleiramento e o recolhimento das plantas são, geralmente, manuais, com apenas o trilhamento mecanizado. No método mecanizado, todas as operações são feitas à máquina.

Vale destacar que para a maioria das cultivares, o ideal é colher o arroz entre 18 a 23% de umidade. No caso da colheita manual, recomenda-se que o arroz cortado não permaneça enleirado por muito tempo no campo e que não haja o manuseio de feixes muito volumosos de cada vez, a fim de facilitar a operação de trilhamento.

Por fim, na colheita mecânica, além da regulagem adequada, é necessário atentar-se para a velocidade do molinete, que deve ser suficiente apenas para puxar as plantas para dentro da máquina.

Quais são os maiores produtores de arroz no Brasil? Qual é o atual cenário?

No Brasil, a região sul é a que mais produz o arroz, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor, segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicado em dezembro de 2020,

Em seguida, temos como maiores produtores os estados de Santa Catarina, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia, Maranhão, Paraná e Pará.

Safra 2021

A princípio, a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas em 2021 deve ser recorde e somar 260,5 milhões de toneladas, com crescimento de 6,4 milhões de toneladas (2,5%) em relação a 2020.

Em relação à cultura de arroz, a estimativa é de 11,0 milhões de toneladas, o que representa declínio de 0,8% em relação a 2020, com reduções também de 0,2% na área a ser colhida e de 0,7% no rendimento médio.

Entretanto, essa produção deve ser suficiente para o mercado interno brasileiro. Nesse contexto, o Rio Grande do Sul é responsável por quase 70,0% da produção nacional, com lavouras irrigadas de alta tecnologia.

Ademais, as estimativas de produção (7,6 milhões de toneladas) têm queda 1,9% em relação a 2020 e redução de 3,3% na produtividade (7.907 kg/ha).

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Rafaella Aires

Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.

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