Imagem de destaque para artigo sobre controle de plantas daninhas no Blog AgriQ. (Descrição da imagem: planta daninha Amaranthus Viridis | Créditos: Shutterstock)

Controle de plantas daninhas: como fazer?

Controle de plantas daninhas: como fazer?

Independente da cultura com que você trabalha, um ponto é fundamental: realizar o controle de plantas daninhas na sua área de cultivo.

A atividade é importante porque a presença de plantas daninhas na lavoura pode prejudicar a produtividade das culturas e comprometer o rendimento e lucratividade do negócio rural.

Diante disso, é essencial conhecer os melhores métodos de controle para combater essas plantas de forma eficaz e garantir resultados satisfatórios na lavoura.

Neste artigo, vamos falar sobre a importância de realizar o controle de plantas daninhas e apresentar os melhores meios para realizá-lo.

Confira a seguir!

O que são plantas daninhas?

As plantas daninhas podem ser definidas como as plantas que crescem em locais indesejados e atrapalham o desenvolvimento das culturas, o que gera prejuízos para a lavoura.

Nesse sentido, essas plantas invasoras disputam com a cultura pela absorção de água, luz, espaço e nutrientes do solo.

Na prática, elas costumam se desenvolver em condições adversas como locais secos e úmidos, temperaturas baixas ou altas e diferentes tipos de solo. Além disso, germinam, crescem e florescem rápido.

Quais são os tipos de plantas daninhas mais comuns no Brasil?

Existem diversos tipos de plantas daninhas no Brasil. Conheça as espécies mais comuns a seguir!

Buva (Conyza bonariensis)

A buva é uma planta daninha com pequenas sementes que se dispersam facilmente (Créditos: Max Licher | SEInet)
A buva é uma planta daninha com pequenas sementes que se dispersam facilmente (Créditos: Max Licher | SEInet)

A buva é uma planta daninha encontrada com bastante frequência nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Em geral, ela está presente nas lavouras de trigo, soja e milho.

Na prática, ela produz uma grande quantidade de sementes pequenas, que se dispersam com facilidade. Por isso, ela é considerada uma espécie agressiva.

Capim-amargoso (Digitaria insularis)

O capim-amargoso afeta principalmente as culturas de grãos (Créditos: Germani Concenço | Embrapa Agropecuária Oeste)
O capim-amargoso afeta principalmente as culturas de grãos (Créditos: Germani Concenço | Embrapa Agropecuária Oeste)

O capim-amargoso é uma planta daninha que atinge principalmente as culturas de grãos. Entre elas, a soja é a que gera mais preocupação para os produtores, pois pode ocorrer uma perda de cerca de 21% na produção do grão.

A espécia Digitaria insularis é uma planta de ciclo perene e pode durar mais de dois anos. Na prática, ela se reproduz por meio de semente e possui uma grande capacidade de regeneração mesmo após o corte mecânico ou aplicação de herbicidas.

Apaga-fogo (Alternanthera ficoidea)

A apaga-fogo é uma planta daninha comum na região central do Brasil (Créditos: Agrobase)
A apaga-fogo é uma planta daninha comum na região central do Brasil (Créditos: Agrobase)

Essa planta é caracterizada por dificultar a progressão do fogo quando ocorrem as queimadas para a renovação de pastagens.

Em geral, a apaga-fogo pode ser anual ou perene e está presente com mais frequência na região central do Brasil. Entre as culturas mais afetadas por essa espécie, temos a cana-de-açúcar, o milho, a soja, o arroz e o algodão.

Tiririca (Cyperus haspan)

A tiririca é uma planta daninha encontrada em mais 90 países (Créditos: Encyclopedia of Life)
A tiririca é uma planta daninha encontrada em mais 90 países (Créditos: Encyclopedia of Life)

A tiririca é muito comum no Brasil e está presente em quase todos os tipos de solos e culturas, com exceção do arroz inundado. De origem indiana, a planta pode ser encontrada em mais de 90 países.

Além de competir com as culturas por nutrientes, espaço, luz e água, essa espécie possui efeito inibidor principalmente em plantas de cana-de-açúcar.

Caruru (Amaranthus viridis)

A planta daninha Caruru encontra as condições ideais para seu desenvolvimento em locais com sombra (Créditos: Plants of the world online)
A planta daninha Caruru encontra as condições ideais para seu desenvolvimento em locais com sombra (Créditos: Plants of the world online)

A planta Caruru possui cerca de 30 a 50 cm de comprimento e se desenvolve bem da primavera ao outono. Além disso, ela está presente em culturas perenes como cafezais, pomares e canaviais devido à condição de sombreamento e maior teor de matéria orgânica destes locais.

Qual a importância do controle de plantas daninhas?

Antes de tudo, é importante explicar que a presença de plantas daninhas prejudica toda a produção agrícola. Isso porque elas competem com as plantações por água, luz, nutrientes e espaço.

Como resultado, ocorre a diminuição da produtividade por hectare, pois as culturas não conseguem se desenvolver de forma saudável.

Além disso, no período de colheita, as máquinas agrícolas acabam colhendo as plantas daninhas junto com a cultura, o que gera danos, perda e problemas de umidade nos grãos.

No mais, essas plantas também servem de alimento para as pragas, que posteriormente podem atacar as lavouras e causar danos irreversíveis na produção.

Portanto, o controle das plantas daninhas é fundamental para evitar o comprometimento da produtividade nas lavouras e garantir bons rendimentos para o negócio rural.

Quais são os métodos de controle de plantas daninhas?

Em síntese, existem diversas medidas que podem ser adotadas para controlar as plantas daninhas na sua lavoura. De modo geral, elas podem ser aplicadas antes, durante e após o cultivo.

Confira a seguir os principais métodos utilizados para controlar as plantas daninhas!

Controle preventivo

O controle preventivo é essencial para evitar o surgimento de plantas daninhas nas lavouras. Assim, por meio de algumas práticas de prevenção, é possível evitar a entrada de sementes invasoras na área de cultivo. Veja quais são elas:

  • Limpar cuidadosamente máquinas e implementos agrícolas;
  • Utilizar sementes certificadas com elevado valor cultural (pureza x germinação);
  • Impedir que os animais se locomovam entre áreas infestadas e áreas livres de plantas daninhas;
  • Manter as bordas dos canais de irrigação sempre limpas;
  • Eliminar focos de infestação.

Controle cultural

O controle cultural utiliza práticas agrícolas com o objetivo de favorecer o crescimento da cultura em detrimento das plantas daninhas. Em meio às práticas adotadas estão a rotação de culturas, variação de espaçamento e população de plantas, cobertura verde e outras direcionadas à supressão das plantas daninhas.

Em resumo, o produtor se aproveita de condições ambientais ou procedimentos específicos para viabilizar o crescimento da cultura e assim diminuir os danos causados pelas plantas daninhas. Esse controle se baseia na ideia de que as primeiras plantas e as mais bem adaptadas tendem a predominar no ambiente.

Controle manual e mecânico

O controle manual e mecânico consiste em retardar o crescimento de plantas daninhas e permitir o desenvolvimento da cultura. Para isso, os produtores realizam duas a três capinas com enxada ou equipamento de tração em dias quentes e secos, nos quais o solo esteja com baixa umidade. Essa prática é realizada 40 ou 50 dias após a semeadura.

Controle químico

No controle químico, as plantas daninhas são controladas por meio da aplicação de herbicidas. Na prática, esses agrotóxicos são utilizados nas fases pré e pós-emergência e combinados com os outros métodos apresentados.

Esse método impede a competição de invasoras desde o início da cultura, não danifica as raízes da cultura e não revolve o solo. Sendo assim, é um dos métodos que apresentam maior eficiência operacional.

Quais são as vantagens de realizar o controle de plantas daninhas?

É possível obter diversas vantagens na propriedade rural com o controle de plantas daninhas na lavoura. Confira quais são elas a seguir!

Otimiza as operações de colheita

Como explicamos, a presença de plantas daninhas dificulta a colheita, seja manual ou mecanizada. Nesse processo, os trabalhadores podem, inclusive, se cortar ou sofrer irritações na pele devido às toxinas liberadas por essas invasoras.

Outro ponto importante de destacar é que as plantas daninhas também podem causar entupimentos nos dispositivos das colheitadeiras. Como resultado, o operador precisa pausar ao trabalho para retirar as plantas antes que elas provoquem a quebra da máquina.

Desse modo, o controle dessas plantas é fundamental para evitar danos aos trabalhadores e prejuízos para a lavoura.

Previne a permanência e proliferação de pragas e doenças

Raiz de soja infectada pelo nematoide de galhas (Meloidogyne javanica) (Créditos: Elevagro)
Raiz de soja infectada pelo nematoide de galhas (Meloidogyne javanica) (Créditos: Elevagro)

As plantas daninhas podem abrigar pragas e doenças das culturas. Assim, quando a colheita é realizada, fungos, bactérias e insetos podem ficar hospedados nas invasoras no período entressafra.

No caso do nematoide Meloidogyne javanica (também conhecido como nematoide das galhas), que afeta as culturas de milho e soja, já foram identificadas 57 daninhas hospedeiras alternativas no Brasil.

Sendo assim, a partir do controle efetivo das plantas daninhas, é possível evitar a permanência e proliferação de pragas e doenças.

Aumenta a produtividade e a qualidade da produção

O controle de plantas daninhas permite que as culturas se desenvolvam de forma saudável, sem precisar competir por nutrientes, água, luz e espaço.

Como resultado, há o aumento da produtividade e qualidade, com melhores resultados da safra e das condições físicas e nutritivas dos produtos cultivados.

Evita perdas a lavoura

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 15% da produção de grãos no mundo é perdida em função da presença de plantas daninhas na lavoura.

Dessa forma, quando o produtor adota métodos de controle para combater as plantas daninhas, ele consegue evitar perdas na produção agrícola.

Conclusão

Neste artigo, explicamos as plantas daninhas crescem em locais indesejados e atrapalham o desenvolvimento das culturas, pois disputam por absorção de água, luz, espaço e nutrientes do solo.

Sendo assim, realizar o controle de plantas daninhas é fundamental para prevenir perdas, otimizar os processos de colheita e garantir uma maior produtividade na lavoura.

Espero que este artigo te ajude a encontrar os melhores métodos de controle para eliminar as plantas daninhas da sua lavoura.

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Rafaella Aires

Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.

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