Trator com pulverizador, um dos tipos de tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, em lavoura (Créditos: Fotokostic | Shutterstock)

Tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas: conheça as principais ferramentas e práticas

Tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas: conheça as principais ferramentas e práticas

A tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas reúne um conjunto de conhecimentos, ferramentas e ações relacionadas ao controle de pragas, plantas invasoras, fitopatógenos e outros organismos que comprometem o desenvolvimento das plantas e o resultado da produção agrícola.

Neste artigo, vamos explicar qual é o objetivo da tecnologia de aplicação, suas principais ferramentas e as melhores práticas de aplicação de defensivos agrícolas.

Acompanhe a seguir!

O que é tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas?

A tecnologia de aplicação de defensivos pode ser definida como um conjunto de conhecimentos científicos que reúne informações sobre produtos fitossanitários, suas formulações, adjuvantes, processo de pulverização, os alvos e o ambiente, visando a aplicação correta, segura e responsável.

Sendo assim, a tecnologia de aplicação contém diversos elementos como:

  • Responsáveis técnicos;
  • Operadores;
  • Tecnologia da informação;
  • Produtos fitossanitários, suas formulações e adjuvantes;
  • Processo de pulverização;
  • Alvos;
  • Ambiente.

Qual é o objetivo da tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas?

Em síntese, o objetivo da tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas é aumentar a qualidade da operação, promover a segurança do agricultor e melhorar o processo de pulverização, a fim de garantir que o produto utilizado atinja o alvo (planta ou inseto) de forma eficiente e com o melhor custo-benefício.

Quais são as principais tecnologias de aplicação de defensivos agrícolas?

O uso da tecnologia de aplicação de defensivos ajuda a tornar os processos mais eficientes em todas as esferas. Confira as principais tecnologias utilizadas nas propriedades rurais!

Telemetria

A telemetria é responsável por coletar e compartilhar remotamente dados sobre equipamentos e máquinas agrícolas. Esse processo é feito por meio de um conjunto de dispositivos conectados como sensores de temperatura, umidade relativa e pressão de óleo e o GPS.

Na prática, a telemetria gera um diagnóstico do equipamento e levanta dados importantes para que o produtor consiga realizar a gestão da operação e tomar decisões relacionadas a futuras operações.

Ao final, são gerados relatórios diários sobre as operações de toda a frota de pulverizadores no computador, smartphone ou tablet.

Eletrovortex

A Eletrovortex consiste em uma tecnologia que combina técnicas de assistência de ar e carregamento eletroestático de gotas para melhorar a pulverização. Sendo assim, ela torna viável o alcance do defensivo em partes mais baixas da cultura.

Esse processo ocorre quando as gotas passam pelo eletrodo, pois elas adquirem carga negativa. Dessa forma, essas cargas negativas tendem a ser atraídas pelas cargas neutras das plantas, permitindo assim que a deposição de produtos na superfície foliar seja aprimorada.

Como resultado, a pulverização ganha mais eficiência e precisão, visto que há uma melhora na distribuição dos produtos fitossanitários, especialmente quando ela é feita com alto índice na área foliar. Outro benefício dessa tecnologia é a redução de deriva em até 35%.

Pulse Width Modulation (PWM)

O Pulse Width Modulation (PWM) é uma tecnologia que controla a abertura de válvulas eletrônicas de forma muito rápida. Assim, é possível evitar falhas na pulverização e aumentar a precisão de controle da vazão dos bicos, preservando as características de tamanho das gotas pelos bicos, mesmo com variação de velocidade do pulverizador ao se deslocar.

Nesse sentido, há um maior rendimento operacional. Além disso, por meio do sistema, é possível reduzir a variabilidade das gotas, conservando uma maior uniformidade ao longo da aplicação.

Veículo agrícola autônomo (VAA)

O veículo agrícola autônomo é uma máquina capaz de realizar a operação de pulverização sozinha. Ele funciona de modo automatizado, pois é guiado por sensores, GPS e câmera, que garantem eficiência e segurança em todo processo.

Principais fatores que afetam a tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas

Existem alguns fatores que podem interferir na eficácia da aplicação de defensivos. Confira quais são eles:

Seleção de pontas de pulverização

A escolha correta das pontas de pulverização pode determinar o sucesso e a qualidade da aplicação do produto. Isso porque elas são responsáveis por:

  • Determinar a vazão da calda;
  • Determinar o tamanho das gotas;
  • Definir a forma do jato emitido;
  • Definir a altura da barra de pulverização.

Condições meteorológicas

Para uma aplicação eficaz, é necessário levar em consideração as seguintes condições meteorológicas:

  • Temperatura do ar < 30ºC ;
  • Umidade relativa do ar >50% ;
  • Velocidade média do vento entre 3 km/h e 10 km/h.

Pontas de pulverização

O tamanho das gotas varia de acordo com a ponta de pulverização utilizada, conforme observamos na imagem abaixo:

Tipos de pontas de pulverização e classes de gotas (Créditos: Corteva)
Tipos de pontas de pulverização e classes de gotas
(Créditos: Corteva)

Tamanho correto das gotas

Na pulverização, o tamanho das gotas é variável, ou seja, desde muito pequenas até as relativamente grandes. O tamanho médio dessas gotas é chamado de Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV).

O DMV é um padrão da indústria para representar o tamanho das gotas e compreender o padrão da pulverização.

Pressão de trabalho

A pressão de trabalho é um fator fundamental para evitarmos a deriva. Portanto, é preciso lembrar DE ajustar o manômetro conforme a calibração desejada.

Isso significa que caso a pressão fique abaixo do recomendado pelo fabricante da ponta, resultará na má distribuição na barra de pulverização, gerando aplicações incorretas.

Enquanto a pressão estiver acima do recomendado em qualquer tipo de ponta, maior será o risco de deriva e o desgaste do material.

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Melhores práticas para uso da tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas

Com o auxílio da tecnologia e de boas práticas agrícolas é possível garantir resultados positivos na aplicação de defensivos. Confira a seguir quais práticas são essas:

1. Elabore processos bem definidos

A falta de planejamento e aplicação inadequada de defensivos pode gerar problemas que, consequentemente, impactam negativamente os resultados da lavoura. Portanto, é sempre importante buscar orientação profissional e seguir atentamente as práticas recomendadas no receituário agronômico.

2. Invista na capacitação dos trabalhadores rurais

Para realizar o manejo de pulverização, é necessário ter profissionais habilitados que conheçam sobre o assunto e estejam por dentro da legislação que regulariza a aplicação de defensivos.

Isso significa que é fundamental que o trabalhador saiba realizar o trabalho com segurança, respeitando o processo que já está descrito.

Logo, investir em treinamento para as pessoas que compõem a mão de obra da propriedade rural nunca é demais!

3. Escolha a máquina apropriada

A escolha da máquina apropriada deve considerar o tipo de cultivo. Por exemplo, culturas arbustivas precisam de máquinas assistidas a ar, visto que é um equipamento com características que atendem ao formato e porte desse tipo de planta.

Ademais, além de analisar o tipo de cultura, também é necessário avaliar o tamanho da área, a janela de aplicação e o rendimento desejado.

4. Calibre a pulverização

É necessário calibrar a pulverização para ter segurança na aplicação de defensivos.

Sendo assim, para realizar a regulagem adequada, é preciso considerar diversos aspectos que podem interferir na aplicação como:

Bicos de pulverização

Os bicos de pulverização são responsáveis por definir a vazão, o espectro das gotas, o potencial da deriva e a distribuição da aplicação.

Nesse sentido, ele é um dos elementos essenciais da regulagem. Por isso, é fundamental verificar o modelo certo para a sua aplicação e consultar informações do fabricante antes de adquiri-los.

Tamanhos de gotas

O tamanho das gotas vai variar de acordo com o tipo de produto, modo de ação e condições climáticas:

  • Gotas mais finas: volume menor com boa cobertura (maior distribuição das gotas e melhor penetração em casos de alto índice de área foliar);
  • Gotas maiores: volume maior de produtos mantendo a cobertura;
  • Gotas maiores: para aplicações em condições de risco de deriva e em casos de aplicação de produtos fitossanitários com característica do modo de ação no caso sistêmico.

Vale destacar que quanto menor a gota, maior a chance de ser perdida por evaporação e deriva. Por isso, é importante se atentar para as condições climáticas no momento de pulverização.

O tamanho da gota recomendado pode vir descrito na bula do produto para garantir maior eficiência.

Volume de pulverização

O volume de pulverização também depende de fatores como alvo, formato da calda, tipo de produto ou ponta de pulverização utilizada.

Logo, para alcançar o volume ideal em cada um, é preciso realizar a calibração da pulverização por meio de técnicas e ferramentas que auxiliam a conferir se a aplicação está atingindo o local onde o produto deve ser depositado.

Nesse caso, a calibração é feita para que não seja depositado um volume muito pequeno do produto a ponto de não atingir o local necessário e, também, para que a calda não seja pulverizada em um local muito alto que leve ao escorrimento.

Fatores climáticos

Na prática, as condições climáticas adversas podem prejudicar os resultados relacionados a pulverização.

Nesse sentido, o cenário ideal seria:

  • Velocidade do vento entre 3 km e 10 km;
  • Temperatura abaixo de 30º;
  • Umidade relativa do ar de no mínimo 55%.

5. Use Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são obrigatórios na aplicação de defensivos agrícolas, pois protegem o trabalhador rural contra a intoxicação durante o manuseio dos produtos.

Vale lembrar que contato direto com defensivos ao longo dos anos sem a devida proteção pode causar danos irreversíveis à saúde.

Conclusão

O uso da tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas permite que produtor tenha um maior controle sobre as pragas, plantas daninhas e doenças da lavoura. Como resultado, há o aumento da produtividade e lucratividade da empresa rural.

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Rafaella Aires

Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.

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