Imagem de destaque para artigo sobre preparo de calda para agrotóxico no Blog AgriQ. (Créditos: Pixabay)

Preparo da calda de agrotóxico: como fazer com segurança?

Preparo da calda de agrotóxico: como fazer com segurança?

O processo de pulverização agrícola reúne diversos passos. Um deles é o preparo da calda de agrotóxico, que requer diversos cuidados para garantir a eficiência e a segurança durante seu manuseio.

Portanto, neste artigo, vamos explicar o que é a calda de agrotóxico, sua importância e quais cuidados são fundamentais durante o seu preparo.

Continue a leitura para tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto!

O que é a calda de agrotóxico? Por que ela é importante?

A calda de agrotóxico é basicamente uma mistura composta por água, agrotóxico e, quando necessário, adjuvantes, produtos responsáveis por melhorar os resultados da pulverização. Alguns exemplos desses produtos são os redutores de pH, espalhantes, adesivos, entre outros.

Na prática, a calda de agrotóxico é utilizada no controle fitossanitário de diferentes culturas agrícolas. Além disso, sua aplicação é uma prática fundamental para o uso racional de água, produtos e equipamentos, visto que contribui para a garantia da produtividade, da rentabilidade e da qualidade das plantações.

Em resumo, a calda de agrotóxico é importante porque possibilita o controle de pragas e doenças de forma eficiente, pois favorece a redução da quantidade de pulverizações na lavoura e consequentemente o uso de mão de obra e combustível.

Como preparar a calda de agrotóxico?

O preparo correto da calda é fundamental para alcançar o resultado esperado na aplicação.

Portanto, para não comprometer a eficiência do controle fitossanitário, siga as orientações a seguir!

1. Vista os EPIs e reúna o material necessário

O preparo da calda de agrotóxico requer alguns cuidados importantes para garantir a segurança do profissional responsável pela preparação. Isso inclui vestir o Equipamento de Proteção Individual (EPI) e separar o material necessário para execução.

Nesse caso, o material deve ser de uso exclusivo para essa finalidade. São eles:

  • Balde de plástico;
  • Copo graduado;
  • Pulverizador;
  • Produto (Agrotóxico);
  • Agitador;
  • Água;
  • Balança.

Além disso, opte por realizar a preparação em um local sombreado, aberto e que tenha uma boa ventilação.

2. Leia o receituário agronômico

Trecho de receita agronômica emitida pelo AgriQ que destaca a importância do uso de EPI para o preparo da calda de agrotóxico
Trecho de receita agronômica emitida pelo AgriQ que destaca a importância do uso de EPI para o preparo da calda de agrotóxico

No receituário agronômico, documento com a prescrição de uso do agrotóxico, o responsável vai encontrar todas as informações e recomendações necessárias sobre o produto que será aplicado.

Portanto, é imprescindível que a leitura do documento seja feita com atenção, a fim de evitar erros e garantir a segurança durante o preparo.

Assim, após a leitura, é essencial seguir rigorosamente todas as orientações.

3. Coloque água no balde e adicione o produto

Como vimos, a calda de agrotóxico é feita à base de água e agrotóxico. Portanto, adicione 5 litros de água e meça a quantidade do produto recomendado para acrescentá-lo à mistura.

Vale lembrar que, ao abrir o agrotóxico, ele pode respingar. Por isso, tome bastante cuidado para não ocorrer o respingo e aspiração do produto. Afinal, o defensivo estará concentrado.

4. Misture o produto

Após adicionar a água e o agrotóxico, o próximo passo é misturar a calda.

Nesta etapa, não se deve utilizar as mãos para realizar a mistura, mesmo que o responsável esteja com as luvas. Logo, será necessário utilizar um pedaço de madeira ou plástico limpo.

5. Despeje a mistura no pulverizador

Por fim, a calda de agrotóxico deve ser despejada no pulverizador. Nesta etapa, não se deve retirar a peneira do equipamento para evitar possíveis entupimentos.

No mais, será necessário completar o tanque do pulverizador, sem retirar a peneira, com água limpa.

Por último, tampe o pulverizador, lave os utensílios e deixe secar no sol.

Quais são os cuidados necessários para o preparo da calda de agrotóxico?

A aplicação de agrotóxicos requer, obrigatoriamente, o uso de EPI (Créditos: Portal Gov.BR)
A aplicação de agrotóxicos requer, obrigatoriamente, o uso de EPI (Créditos: Portal Gov.BR)

A princípio, como a calda é composta por substâncias químicas, o preparo correto exige alguns cuidados importantes, que devem ser levados em consideração pelo responsável.

Confira os principais a seguir:

Agite a calda do início a fim da aplicação

Na prática, quando a calda permanece em repouso dentro do tanque pulverizador, há o risco de decantação de componentes. Isso significa que em alguns casos, esse fator pode gerar consequências negativas para a aplicação.

Em outras palavras, quando não há a agitação da calda, pode ocorrer uma má distribuição da dosagem recomendada em algumas áreas — ou seja, determinados locais podem receber mais produto do que outros. Como resultado, a calda pode perder o efeito ou até mesmo queimar as plantas.

Portanto, o indicado é agitar a calda de agrotóxico no tanque. Para isso, deixe a função ligada (ou ativada) desde o primeiro passo de preparo até a finalização da aplicação.

Ademais, vale lembrar que cada pulverizador tem uma maneira de misturar os componentes, desde um pulverizador costal a um autopropelido. Sendo assim, o ideal é sempre buscar a solução adequada, conforme a ferramenta disponível.

Fique atento à compatibilidade entre produtos e à ordem de mistura

Outro ponto importante é verificar a compatibilidade dos produtos adicionados à calda. Isso porque existem algumas substâncias químicas que podem apresentar incompatibilidade.

Portanto, nesse caso, o ideal é testar a mistura um dia antes em um balde e, depois, verificar a reação e se a calda está homogênea. Desse modo, é possível evitar problemas no dia da aplicação.

Além da compatibilidade, também é fundamental saber a ordem correta para a mistura da calda — ou seja, definir quais produtos devem ser adicionados primeiro e por último.

Vale ressaltar que para saber a sequência mais indicada para cada pulverização, é indispensável a ajuda técnica de um profissional habilitado. Alguns dos responsáveis que podem realizar este trabalho são o agrônomo e o técnico agrícola.

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Cuidado com a água que será acrescentada à calda do pulverizador

A qualidade da água é um fator fundamental no preparo da calda. Nesse caso, o ideal é medir o pH, a fim de fazer a correção necessária em relação às exigências de cada insumo.

Outro cuidado importante está associado às altas concentrações de minerais, já que elas podem interferir na homogeneização durante a preparação.

Monitore o clima

Os fatores climáticos devem ser observados antes, durante e após a pulverização. Isso porque a chuva e o vento podem interferir negativamente na qualidade da aplicação.

Em resumo, a deriva provocada pelo vento pode carregar os produtos aplicados, causando assim a contaminação em áreas vizinhas e diversos prejuízos para a propriedade rural.

Além disso, determinados produtos precisam de um tempo específico para ser absorvido pelas plantas. Assim, caso ocorra uma chuva após a aplicação, possivelmente a água da precipitação lavará toda a folha, provocando a perda da eficiência da calda.

Siga rigorosamente todas as instruções do fabricante

As instruções da empresa fabricante devem ser consideradas para que o preparo da calda de agrotóxico seja feito de forma correta.

Portanto, leia com atenção todas as recomendações e não deixe de cumprir nenhuma delas. Assim, é possível elevar os resultados e evitar problemas, principalmente com relação à segurança.

Quando utilizar o adjuvante agrícola no preparo da calda de agrotóxico?

Antes de tudo, é importante esclarecer que o adjuvante é a substância adicionada à formulação ou à calda de defensivos. Sendo que sua principal função é melhorar a atividade do defensivo ou facilitar o processo de pulverização.

Para saber se há necessidade de acrescentá-lo no preparo da calda, será necessário consultar a bula do defensivo agrícola. Afinal, no documento, geralmente consta a indicação e necessidade de uso do adjuvante agrícola.

Vale lembrar que, em alguns casos, o próprio defensivo agrícola pode ter em sua formulação a presença do adjuvante. Logo, não será preciso adicioná-lo na hora da aplicação.

Qual é a relação da calda de agrotóxico com o receituário agronômico?

O receituário agronômico consiste em um documento instituído pela legislação federal. Obrigatório para a venda e prescrição de agrotóxicos no país, seu uso garante segurança na venda e uso de defensivos agrícolas.

Diante disso, é a partir do documento que o profissional especializado formaliza a recomendação técnica da aplicação do agrotóxico.

Desse modo, como o preparo da calda é feito à base de agrotóxico, é necessário que o responsável tenha o documento em mãos com todas as orientações necessárias.

Assim, no documento deve constar as seguintes informações:

  • Nome do usuário, da propriedade e sua localização;
  • Diagnóstico;
  • Recomendação para que o usuário leia atentamente o rótulo e a bula do produto;
  • Recomendação técnica com:
    • Nome do produto que deverá ser utilizado e de eventual produto equivalente;
    • Cultura e área onde o produto será aplicado;
    • Doses de aplicação e quantidades totais a serem adquiridas;
    • Modalidade de aplicação, com anotação de instruções específicas, se for necessário. No caso de pulverização aérea, esta informação é obrigatória;
    • Época de aplicação;
    • Intervalo de segurança;
    • Orientações quanto ao Manejo Integrado de Pragas (MIP);
    • Precauções de uso;
    • Orientação quanto à obrigatoriedade do EPI;
    • Dados pessoais, registro no órgão da profissão e assinatura do responsável técnico.

Conclusão

Neste artigo podemos conferir os principais cuidados necessários para o preparo da calda de agrotóxico.

Como a mistura é feita a partir de produtos químicos, é fundamental seguir as orientações tanto do fabricante como do receituário agronômico. Afinal, ambos possuem as recomendações necessárias para garantir a eficiência da mistura e segurança de manuseio da mesma.

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Gostou desse conteúdo? Aproveite e leia nosso artigo sobre armazenamento de agrotóxicos.

Rafaella Aires

Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.

2 Comentário

  • Hélio Ribeiro de Almeida
    07/03/2023

    Artigo tecnicamente muito bem elaborado!
    Gostaria de ver uma matéria que fale dos cuidados que o agricultor deve tomar ao utilizar o H3PO4 em suas aplicações e qual a importância de se conhecer a dureza da água utilizada na preparação da calda e, como corrigi-la?

    Reply
    • AgriQ Receituário Agronômico
      13/03/2023

      Olá, Hélio! Obrigado pelo comentário e pela sugestão de matéria! Esperamos trazê-la em breve para o nosso blog. 🙂

      Reply

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