Não é novidade que a soja está entre os grãos mais consumidos no Brasil. Além disso, tem representado um dos setores mais rentáveis para os agricultores.
Entretanto, para manter a produtividade deste tipo de cultura, é necessário saber quais fatores afetam o seu desenvolvimento.
Pensando nisso, preparamos este conteúdo para tirar todas as suas dúvidas e te ajudar entender as particularidades da cultura de soja.
Vamos nessa?
Como funciona o ciclo de desenvolvimento da soja?
Ciclo de desenvolvimento da soja, com as principais doenças que afetam a cultura (Fonte: Syngenta)De modo geral, o ciclo de desenvolvimento da soja é dividido em dois estádios: o vegetativo e o reprodutivo.
Vegetativo
Em resumo, as duas primeiras fases do estádio vegetativo são designadas por letras, VE (Emergência) e VC (Cotilédone). Logo após, a subdivisão é representada por números (V1, V2, V3…) Já VN descreve com a contagem de número de nós a partir da fase cotilédone.
Reprodutivo
Por outro lado, o estádio reprodutivo é composto por 8 fases divididas em 4 partes. Neste caso, R1 e R2 que descrevem o florescimento; R3 e R4, o desenvolvimento da vagem; R5 e R6, o desenvolvimento da semente e R7 e R8, a maturação da planta.
Contudo, ao final da fase R6, a planta já alcançou seu ápice e a partir do R7 começa a declinar.
Quais fatores afetam o desenvolvimento da soja?
Para obter bons resultados e garantir um desenvolvimento saudável da soja, é importante se atentar para alguns fatores importantes.
Entenda o que você precisa fazer para garantir o melhor rendimento e produtividade da sua lavoura.
Época de plantio
A soja é uma planta sensível à luz e a outras condições ecológicas, como temperatura, altitude e umidade. Em virtude dessa fotossensibilidade, cada cultivo tem o seu mínimo de ausência de luz para que a cultura seja induzida a florescer.
Sendo assim, a melhor época para a semeadura depende da cultivar e do local de cultivo. No Centro-Oeste e principalmente no estado de Goiás, o recomendado é realizar a semeadura entre 10 de outubro e 15 de dezembro.
Na região Centro-Sul, a época de semeadura indicada, para a maioria das cultivares, estende-se de 15 outubro a 15 de dezembro.
Já nas regiões Norte e Nordeste, a época mais indicada varia de estado para estado uma vez que as chuvas ocorrem em períodos diferentes.
Adoção do plantio direto
Existem vários formas de plantio. No entanto, para a cultura da soja, recomenda-se a adoção do plantio direto, que além de proteger a qualidade do solo, fornece maneiras de maximizar o uso de adubos e protege as plantas dos efeitos da estiagem e do calor.
Outras vantagens do plantio direto é que ele também aumenta o teor de matéria orgânica, controla as plantas daninhas da soja e condiciona o ambiente para que se tenha um ciclo normal.
Segundo o conceito desta forma de plantio, após a colheita, a palhada deve permanecer intacta sobre o sol. Isso porque ela vai se transformar em matéria orgânica, favorecendo mais qualidade ao solo. Somado a isso, há também a rotação de culturas, que auxilia no manejo de pragas e doenças.
Preparo profundo do solo
De acordo com pesquisas, o preparo profundo do solo contribui de forma significativa para o aumento da produtividade da soja. A técnica visa solucionar problemas práticos e tem como base a integração de diversas funções em uma única operação na lavoura.
Logo, o preparo do solo requer um planejamento integrado, levando em consideração o manejo de pragas da soja, doenças, plantas daninhas, fertilidade do solo e outros.
Semeadura
Depois de preparar o solo, é o momento de fazer a semeadura dos grãos de soja. Para isso, faça as covas e as preencha com até três sementes de soja. Em plantios de grande porte, há fileiras de trinta sementes por metro linear, sendo que o máximo que uma fileira pode comportar é de vinte e cinco plantas por metro linear.
Ajuste da adubação
Para atingir o potencial produtivo esperado, é necessário definir a quantidade e os tipos de adubos que serão utilizados a partir da análise e interpretação do solo. Nesse sentido, pode-se realizar cálculo de adubação antes de realizar a reposição de nutrientes.
No caso do plantio da soja, os nutrientes mais requeridos são:
Nitrogênio: impulsiona o crescimento vegetal e assegura altas produtividades.
Fósforo: fundamental para o desenvolvimento radicular e para estabelecimento e crescimento da cultura
Potássio: ajuda a minimizar os efeitos da geada e reduzir o acamamento.
Molibdênio: essencial para a ação de nitrato redutase e nitrogenase da soja, além de agir na germinação do grão de pólen.
Magnésio, Enxofre e Ferro: aumentam a atividade fotossintética e mantém bom crescimento para altas produtividades.
Cálcio: fortalece as paredes celulares das plantas, protege as raízes, folha e produção de colmos.
Boro: favorece o desenvolvimento do tubo polínico e assegura boa frutificação.
Cobre: age na fotossíntese, na respiração celular, desintoxicação e lignificação.
Zinco: atua no controle da permeabilidade das folhas e é importante para atividade fotossintética.
Controle de pragas, plantas daninhas e doenças
A presença de pragas, doenças e plantas daninhas podem minar a produtividade na soja. Sendo assim, é importante aplicar técnicas para combater esse tipo de problema.
No geral, agricultores utilizam o Manejo Integrado de Pragas (MIP), rotação de culturas e o uso de tecnologias.
O controle de pragas, plantas daninhas e doenças é importante para manter a produtividade e evitar danos, perdas e prejuízos financeiros.
Manutenção
A manutenção do plantio vai evitar eventuais problemas que possam prejudicar o crescimento das plantas.
Portanto, o recomendado é acompanhar a plantação de soja diariamente, a fim de evitar a infestação de pragas e demais males.
Investimento em tecnologia
Hoje em dia, não faltam opções de recursos tecnológicos para auxiliar o produtor rural. Nesse sentido, é possível encontrar sistemas e softwares que ajudam otimizar os processos no campo bem como resolver problemas de produtividade da soja.
O ideal é que antes de começar utilizar qualquer solução tecnológica, o produtor consiga entender os problemas da sua propriedade e o que ele, de fato, necessita para solucioná-los.
A partir disso, o próximo passo é buscar o recurso que mais se encaixa a sua realidade e aproveitar os benefícios que a ferramenta proporciona.
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