Podemos dizer que o preparo do solo é um dos processos mais importantes no planejamento da lavoura. Dessa forma, escolher a forma de plantio ideal para cultura pode ser determinante para obter sucesso na produtividade.
Neste artigo, vamos mostrar as diferenças entre o plantio direto e plantio convencional e como é feito o manejo do solo por meio dessas práticas.
Confira a seguir!
Quais são os tipos de plantio?
A princípio, existem três formas de plantio. São elas:
Plantio Convencional: caracterizado pelo uso de métodos como aração e gradagem entre um cultivo e outro.
Plantio Direto: técnica onde o cultivo da cultura é feito por cima da palhada seca da produção anterior. Sendo que, para minimizar o ataque de pragas, a rotação de cultura é fundamental nesse tipo de plantio
Cultivo Mínimo: sistema que se encontra entre o plantio direto e o convencional. Neste método, o uso de máquinas agrícolas sobre o solo é mínimo para diminuir o revolvimento e compactação.
Quais são as diferenças entre plantio direto e o convencional?
De modo geral, existem grandes diferenças entre o plantio direto e o convencional. Veja quais são elas!
Plantio Convencional
Em síntese, o plantio convencional utiliza práticas tradicionais para o preparo do solo. Nesse tipo de preparo, toda a vegetação do terreno é removida e a terra é revolvida por meio da aração e da gradagem, técnicas utilizadas para facilitar o crescimento das raízes das plantas.
Além disso, durante a preparação, pode ocorrer a aplicação de cal, para corrigir a acidez do solo, e o uso de agrotóxicos a fim de eliminar as plantas daninhas e outras pragas.
Logo após, já no plantio, semeadura e no desenvolvimento das plantas, os cuidados com o solo são feitos por meio da capina e do uso de defensivos e fertilizantes.
Plantio Direto
O plantio direto, também conhecido como plantio na palha, começou a ser difundido na década de 90 e atualmente é uma das alternativas mais utilizadas por lavouras comerciais brasileiras.
A técnica de plantio direto tem como objetivo realizar a cobertura do solo para manter seus nutrientes. Assim, com uso da palha e restos vegetais de outras culturas, o solo se mantém preservado, evitando os prejuízos decorrentes de processos danosos, como a erosão.
Isso significa que nesse tipo de plantio, a remoção da vegetação presente na área, assim como o revolvimento da terra por meio da aração e da gradagem, são etapas dispensadas, visto que a ideia desse método é utilizar os resíduos vegetais como cobertura para o próximo cultivo.
Logo, o solo só é manuseado durante o plantio, quando o produtor abre um sulco com uma semeadora especial e deposita os fertilizantes e as sementes. Depois disso, o solo não sofre mais nenhum um tipo de manipulação e o foco passa a ser controle de pragas e plantas daninhas.
Dessa forma, a aragem e a gradagem são eliminadas do processo produtivo. Assim, a palha permanece intacta sobre o solo antes e depois do cultivo. E mais, nessa prática também e adotada a rotação de culturas para aumentar a produtividade.
Assim sendo, o plantio direto se baseia em 3 pilares fundamentais:
- Mínimo ou nenhum revolvimento do solo;
- Permanência de uma cobertura morta sobre o solo;
- Rotação de culturas.
Como implantar o plantio direto e o convencional?
Implantação do plantio convencional
Etapa 1: primeiramente, são utilizados arados escarificadores ou grades pesadas no preparo do solo para afrouxá-lo. Dessa forma, ele fica apto para receber corretivos e fertilizantes, retirar plantas daninhas e descompactar a camada mais superficial. O local tratado normalmente tem uma profundidade de 15 ou 20 cm.
Etapa 2: em um segundo momento, o solo é submetido a um processo de destorroamento e nivelamento da parte arada por meio da gradagem. Isso é normalmente feito com grades leves em duas passadas.
Etapa 3: em seguida, é feita a semeadura, que pode ser pelo método manual ou por meio de semeadeiras. Além disso, a operação de adubação pode ser feita de modo simultâneo — semeadeiras adubadoras.
Etapa 4: passada a etapa do plantio, as culturas podem ser tratadas.
O plantio convencional tem como principal característica o revolvimento do solo e suas camadas superficiais. Seu objetivo é, basicamente, reduzir a compactação; incorporar corretivos e fertilizantes; aumentar a porosidade, a fim de melhorar a permeabilidade; e provocar o corte e o enterro das plantas daninhas.
Implantação do plantio direto
Etapa 1: eliminar as camadas compactadas do solo, antes de implantar o sistema.
Etapa 2: logo após, é preciso nivelar o terreno com sulcos ou valetas. Nesse momento, a ideia é deixar a área o mais homogênea possível.
Etapa 3: é realizada a correção com base nas necessidades do solo. Caso necessário, é feita a aplicação de calcário. Quanto mais profundo ele for incorporado, melhor.
Etapa 4: antes de iniciar o plantio direto, é controlado o crescimento das plantas daninhas.
Etapa 5: feito isso, é preciso colher e espalhar os restos de culturas. Aqui, pode se utilizar um picador de palhas.
Etapa 6: pulverização de herbicidas no solo.
Etapa 7: por fim, é feito o plantio. Para isso, máquinas abrem sulcos e depositam sementes e fertilizantes em quantidades adequadas. Logo após, o sulco é fechado.
Em resumo, o plantio direto dispensa etapas de preparo convencional de aração e gradagem. No mais, o solo sempre estará coberto por restos vegetais de outras culturas, que protegem e nutrem a terra.
Quais são as vantagens e desvantagens do plantio direto e do convencional?
Plantio Convencional
Prós
Dentre as vantagens do plantio convencional estão:
- Aumento da mineralização dos componentes orgânicos pelos micro-organismos;
- Aumento da aeração e da infiltração de água do solo;
- Destruição de plantas daninhas e sementeiras;
- Nivelamento da superfície do solo para facilitar as operações de semeadura, cultivo e colheita;
- Incorporação de fertilizantes, corretivos e matéria orgânica (maior decomposição de adubos orgânicos e restos vegetais).
Contras
- O revolvimento intensivo diminui a fertilidade do solo;
- Favorecimento da erosão em solos declivosos;
- Aumento da necessidade de efetuar tratos culturais, principalmente capinas;
- O tempo de preparo do solo é maior que para outros sistemas;
- Maior necessidade de uso de implementos, aumentando os gastos com combustível além de outros;
- Mobilização contínua do solo pode provocar o aparecimento de uma camada compactada, dificultando a infiltração de água e o crescimento de raízes;
- Solo altamente suscetível à erosão. Devido a este problema, deve ser complementado com práticas de descompactação.
Plantio direto
Prós
O plantio direto possui vantagens bem evidentes, como:
- Controle da erosão;
- Elevação da matéria orgânica disponível no solo;
- Reparação na estrutura do terreno;
- Diminuição da perda de água da terra;
- Equilíbrio na temperatura do solo;
- Aumento da atividade biológica;
- Minimização das operações com maquinários;
- Mais controle sobre a semeadura;
Essas vantagens são possíveis porque o solo é mantido sem revolvimento, o que garante um nível menor de oxidação da matéria orgânica. Em outras palavras — o solo fica livre de contaminações e consegue preservar seus nutrientes.
Além disso, a palha e os restos de materiais também isolam a superfície, o que evita oscilações altas de temperatura durante o dia.
Contras
- Maior incidência de pragas;
- Aumento no uso de defensivos;
- Dificuldade de germinação de sementes em épocas úmidas;
- Menor adaptação de maquinário;
- Problemas com a compactação do solo;
- Maior controle sobre as plantas daninhas.
Para evitar esses pontos negativos, o recomendado é eliminar todas as pragas e atentar-se para as possíveis correções do solo.
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.
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