Como uma das principais commodities brasileiras, o desenvolvimento da soja é fundamental para a economia do país.
Entretanto, para manter a produtividade desta cultura, é necessário saber quais fatores afetam o crescimento do grão.
Pensando nisso, preparamos este conteúdo para tirar todas as suas dúvidas e te ajudar entender as particularidades da cultura de soja.
Vamos nessa?
Como funciona o ciclo de desenvolvimento da soja?
De modo geral, o ciclo de desenvolvimento da soja é dividido em dois estádios: o vegetativo e o reprodutivo.
Vegetativo
Em resumo, as duas primeiras fases do estádio vegetativo são designadas por letras, VE (Emergência) e VC (Cotilédone). Logo após, a subdivisão é representada por números (V1, V2, V3…) Já VN descreve com a contagem de número de nós a partir da fase cotilédone.
Reprodutivo
Por outro lado, o estádio reprodutivo é composto por 8 fases divididas em 4 partes. Neste caso, R1 e R2 que descrevem o florescimento; R3 e R4, o desenvolvimento da vagem; R5 e R6, o desenvolvimento da semente e R7 e R8, a maturação da planta.
Contudo, ao final da fase R6, a planta já alcançou seu ápice e a partir do R7 começa a declinar.
Quais fatores afetam o desenvolvimento da soja?
Para obter bons resultados e garantir um desenvolvimento saudável da soja, é importante se atentar para alguns fatores importantes.
Entenda o que você precisa fazer para garantir o melhor rendimento e produtividade da sua lavoura.
Época de semeadura
A soja é uma planta sensível à luz e a outras condições ecológicas, como temperatura, altitude e umidade. Em virtude dessa fotossensibilidade, cada cultivo tem o seu mínimo de ausência de luz para que a cultura seja induzida a florescer.
Sendo assim, a melhor época para a semeadura depende de uma série de fatores, como o tipo da cultivar e o local de cultivo.
Por isso, desde a instituição do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS) com a publicação da Portaria nº 306/2021 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), alguns estados possuem um calendário específico para a semeadura da soja.
A definição desse período é feita pelos órgãos estaduais de defesa sanitária vegetal em articulação com as Superintendências Federais de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de cada estado. Para tal, eles consideram diversas informações, como o período de vazio sanitário e o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), estudo que identifica regiões e épocas de menor risco climático para o plantio e semeadura das culturas.
No caso específico do Zarc da soja, a definição das áreas e períodos de semeadura simulam a probabilidade de perdas de rendimento inferiores a 20%, 30% e 40% devido à ocorrência de eventos meteorológicos adversos.
Calendário de semeadura da Safra 2024/2025
Publicado na Portaria nº 1.111/2024, o calendário de semeadura da soja para a safra 2024/2025 vale para 21 estados brasileiros mais o Distrito Federal. São eles:
Calendário de semeadura da soja – Safra 2024/2025 | |
Unidade federativa | Período de semeadura |
Acre | 21 de setembro de 2024 a 8 de janeiro de 2025 |
Alagoas | 2 de abril a 10 de julho de 2025 |
Amapá | 1 de março a 8 de junho de 2025 |
Amazonas | 11 de setembro a 21 de dezembro de 2024 |
Bahia | 25 de setembro a 31 de dezembro de 2024 |
Ceará | 1 de fevereiro a 31 de maio de 2025 |
Distrito Federal | 1 de outubro de 2024 a 8 de janeiro de 2025 |
Goiás | 25 de setembro de 2024 a 2 de janeiro de 2025 |
Maranhão | Região I: 1 de outubro de 2024 a 8 de janeiro de 2025 Região II: 1 de novembro de 2024 a 8 de fevereiro de 2025 Região III: 1 de dezembro de 2024 a 9 de março de 2025 |
Minas Gerais | 1 de outubro de 2024 a 8 de janeiro de 2025 |
Mato Grosso | 7 de setembro de 2024 a 7 de janeiro de 2025 |
Mato Grosso do Sul | 16 de setembro a 31 de dezembro de 2024 |
Pará | Região I: 16 de setembro de 2024 a 14 de janeiro de 2025 Região II: 1 de novembro de 2024 a 28 de fevereiro de 2025 Região III: 16 de novembro de 2024 a 14 de março de 2025 |
Paraná | Região I: 20 de setembro de 2024 a 18 de janeiro de 2025 Região II: 1 de setembro a 30 de dezembro de 2024 Região III: 21 de setembro de 2024 a 19 de janeiro de 2025 |
Piauí | Região I: 1 de dezembro de 2024 a 20 de março de 2025 Região II: 1 de novembro de 2024 a 18 de fevereiro de 2025 Região III: 30 de setembro de 2024 a 27 de janeiro de 2025 |
Rio de Janeiro | 29 de setembro de 2024 a 6 de janeiro de 2025 |
Rio Grande do Sul | 1 de outubro de 2024 a 28 de janeiro de 2025 |
Rondônia | 11 de setembro de 2024 a 9 de janeiro de 2025 |
Roraima | 19 de março a 26 de junho de 2025 |
Santa Catarina | Região I: 13 de outubro de 2024 a 10 de fevereiro de 2025 Região II: 2 de outubro de 2024 a 30 de janeiro de 2025 Região III: 2 de outubro de 2024 a 30 de janeiro de 2025 Região IV: 2 de outubro de 2024 a 10 de janeiro de 2025 |
São Paulo | Região I: 1 de setembro a 29 de dezembro de 2024 Região II: 13 de setembro de 2024 a 10 de janeiro de 2025 Região III: 16 de setembro a 24 de dezembro de 2024 |
Tocantins | 1 de outubro de 2024 a 15 de janeiro de 2025 |
Para definir as datas da safra de 2024/2025, o Mapa considerou as condições climáticas e as sugestões encaminhadas pelos órgãos estaduais de defesa vegetal. O calendário na íntegra, com a lista de municípios dos estados que são subdivididos em regiões, pode ser visualizada no documento da própria Portaria nº 1.111/2024.
Adoção do plantio direto
Existem várias formas de plantio. No entanto, para a cultura da soja, recomenda-se a adoção do plantio direto, que além de proteger a qualidade do solo, fornece maneiras de maximizar o uso de adubos e protege as plantas dos efeitos da estiagem e do calor.
Outras vantagens do plantio direto é que ele também aumenta o teor de matéria orgânica, controla as plantas daninhas da soja e condiciona o ambiente para que se tenha um ciclo normal.
Segundo o conceito desta forma de plantio, após a colheita, a palhada deve permanecer intacta sobre o sol. Isso porque ela vai se transformar em matéria orgânica, favorecendo mais qualidade ao solo. Somado a isso, há também a rotação de culturas, que auxilia no manejo de pragas e doenças.
Preparo profundo do solo
De acordo com pesquisas, o preparo profundo do solo contribui de forma significativa para o aumento da produtividade da soja. A técnica visa solucionar problemas práticos e tem como base a integração de diversas funções em uma única operação na lavoura.
Logo, o preparo do solo requer um planejamento integrado, levando em consideração o manejo de pragas da soja, doenças, plantas daninhas, fertilidade do solo e outros.
Semeadura
Depois de preparar o solo, é o momento de fazer a semeadura dos grãos de soja, de acordo com o calendário definido pelo Mapa.
Para isso, faça as covas e as preencha com até três sementes de soja.
Em plantios de grande porte, há fileiras de trinta sementes por metro linear, sendo que o máximo que uma fileira pode comportar é de vinte e cinco plantas por metro linear.
Ajuste da adubação
Para atingir o potencial produtivo esperado, é necessário definir a quantidade e os tipos de adubos que serão utilizados a partir da análise e interpretação do solo.
Nesse sentido, pode-se realizar cálculo de adubação antes de realizar a reposição de nutrientes.
No caso do plantio da soja, os nutrientes mais importantes são:
- Nitrogênio: impulsiona o crescimento vegetal e assegura altas produtividades;
- Fósforo: fundamental para o desenvolvimento radicular e para estabelecimento e crescimento da cultura;
- Potássio: ajuda a minimizar os efeitos da geada e reduzir o acamamento;
- Molibdênio: essencial para a ação de nitrato redutase e nitrogenase da soja, além de agir na germinação do grão de pólen;
- Magnésio, enxofre e ferro: aumentam a atividade fotossintética e mantém bom crescimento para altas produtividades;
- Cálcio: fortalece as paredes celulares das plantas, protege as raízes, folha e produção de colmos;
- Boro: favorece o desenvolvimento do tubo polínico e assegura boa frutificação;
- Cobre: age na fotossíntese, na respiração celular, desintoxicação e lignificação;
- Zinco: atua no controle da permeabilidade das folhas e é importante para atividade fotossintética.
Controle de pragas, plantas daninhas e doenças
A presença de pragas, doenças e plantas daninhas podem minar a produtividade na soja. Sendo assim, é importante aplicar técnicas para combater esse tipo de problema.
No geral, agricultores utilizam o Manejo Integrado de Pragas (MIP), rotação de culturas e o uso de tecnologias.
O controle de pragas, plantas daninhas e doenças é importante para manter a produtividade e evitar danos, perdas e prejuízos financeiros.
Manutenção
A manutenção do plantio vai evitar eventuais problemas que possam prejudicar o crescimento das plantas.
Portanto, o recomendado é acompanhar a plantação de soja diariamente, a fim de evitar a infestação de pragas e demais males.
Investimento em tecnologia
Hoje em dia, não faltam opções de recursos tecnológicos para auxiliar o produtor rural. Nesse sentido, é possível encontrar sistemas e softwares que ajudam otimizar os processos no campo bem como resolver problemas de produtividade da soja.
O ideal é que antes de começar utilizar qualquer solução tecnológica, o produtor consiga entender os problemas da sua propriedade e o que ele, de fato, necessita para solucioná-los.
A partir disso, o próximo passo é buscar o recurso que mais se encaixa a sua realidade e aproveitar os benefícios que a ferramenta proporciona.
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.
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