Trator aplicando agrotóxicos com uso de bicos de pulverização em uma lavoura de soja (Créditos: Shutterstock)

Bicos de pulverização: conheça os tipos e aprenda como escolher

Bicos de pulverização: conheça os tipos e aprenda como escolher

Os bicos de pulverização são responsáveis por determinar a vazão, o espectro de gotas e definir a forma do jato emitido.

Existem diversas opções disponíveis e realizar a escolha correta é essencial para garantir uma aplicação eficaz na lavoura.

Neste artigo, vamos explicar o que são bicos de pulverização e apresentar os principais tipos e fatores que você deve considerar no momento de fazer sua escolha.

Confira a seguir!

O que são bicos de pulverização?

Também conhecido como pontas de pulverização, os bicos de pulverização são os últimos componentes por onde a calda de agrotóxico passa. Eles são responsáveis por determinar a vazão, o espectro de gotas e definir a forma do jato emitido.

Nesse sentido, os bicos de pulverização auxiliam a distribuir a calda de forma equilibrada por todas as plantas. Desse modo, é possível garantir melhores resultados para a lavoura e reduzir o desperdício de produto.

Quais são os principais tipos de bicos de pulverização?

De modo geral, existem diferentes opções de bicos de pulverização. Confira os principais tipos a seguir!

Tipo leque

Esse tipo de bico pode ser encontrado em dois formatos diferentes: o leque plano padrão e o leque plano uniforme. Suas diferenças estão relacionadas com a distribuição de volume.

O leque plano padrão é utilizado em equipamentos de pulverização de barra e necessita do cruzamento de jatos para realizar a perfeita uniformização da distribuição do produto.

O leque plano uniforme oferece uma distribuição uniforme, com dose consistente para todos os tipos de aplicação, sem a necessidade de sobreposição para uniformizar. Esse modelo é mais adotado em pulverizadores costais e no tratamento de áreas específicas.

De impacto

Esse tipo de bico foi desenvolvido para trabalhar em ampla escala de pressão (entre 15 a 90 psi), sendo recomendado para aplicação de defensivos agrícolas.

Na prática, ele produz jatos em forma de leque com ângulo de 110º a 140º e opera com pressão de 0,7 a 1,8 bar, fornecendo gotas precisas.

Cone vazio

O cone vazio apresenta uma distribuição de produto uniforme e radial, evitando assim a formação de gotículas no núcleo. Com pressões de 2 a 10 bar, esses bicos produzem partículas de tamanho reduzido.

Além disso, sua abertura varia de 20º a 100º, sendo amplamente utilizado em atomizadores de barra e turboatomatizadores.

Cone cheio

O cone cheio é recomendado para pulverização em áreas de alta densidade foliar. Esse tipo de bico pulveriza de maneira circular e no centro. Seus ângulos normalmente são fechados e variam entre 20 e 100 graus.

Bicos especiais

Existem os bicos especiais como os leques duplos, em que há um para frente e outro para trás; os defletores, que criam um jato de água em forma de leque devido ao choque contra a superfície inclinada; e os de indução de ar.

Quais são as vantagens de utilizar os bicos de pulverização na aplicação de agrotóxicos?

Em geral, o uso de bicos de pulverização pode oferecer diversas vantagens durante a aplicação. Entre elas, podemos citar:

  • Aplicação precisa: como os bicos permitem a produção de gotas em tamanho controlado, é possível direcioná-las para as áreas desejadas com precisão. Assim, há a redução de desperdício na aplicação de defensivos por deriva ou escorrimento;
  • Redução de custos: ao realizar a aplicação correta de produtos, os bicos tornam a distribuição uniforme, evitando assim o retrabalho e reaplicações;
  • Mais segurança: é possível garantir mais segurança, já que a aplicação diminui a necessidade de exposição dos operadores aos produtos químicos, evitando assim problemas relacionados à fitotoxicidade.

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Como escolher os bicos de pulverização? Quais fatores devem ser considerados?

Para escolher o bico de pulverização ideal, é necessário considerar fatores como o local de aplicação, estágio de desenvolvimento da cultura, alvo atingido, condições climáticas, equipamento utilizado e a área agrícola.

Condições climáticas

Em relação ao clima, as umidades relativas baixas (abaixo 50%) e velocidades de vento acima de 8,5 km/h limitam a utilização de bicos que formam gotas pequenas.

Tipo de produto

Os produtos que possuem formulações com soluções e concentrados solúveis possuem menos restrições quanto ao tamanho das malhas dos filtros.

Sobre o tipo de produto, por exemplo, herbicidas aplicados no solo e herbicidas sistêmicos requerem menor densidade de gotas quando comparados aos produtos de contato.

Alvo

A localização do alvo biológico, plantas daninhas e os diferentes estádios de desenvolvimento da cultura também devem ser considerados antes de escolher o bico de pulverização.

Algumas culturas podem possuir diferentes índices de áreas foliar, apresentando maior ou menor dificuldade de serem alcançadas pelos produtos aplicados.

Portanto, é fundamental analisar o cenário completo onde o produto será aplicado e considerar todas as variáveis que podem interferir na tomada de decisão e resultado final.

Tamanho das gotas

Em muitos casos, a escolha dos bicos é baseada no tamanho das gotas, visto que uma boa cobertura influencia positivamente na eficácia dos agrotóxicos. Além disso, o tamanho das gotas também ajuda a evitar a deriva.

Em geral, esse tamanho é medido em micrômetros (representados pelo símbolo “μm”), e cada micrômetro equivale a 0,001 mm.

Os bicos, em geral, produzem gotas entre faixa “ultra grossa” e “fina”. As finas e médias são recomendadas para aplicações de contato em pós-emergência, já que as gotas menores possibilitam uma excelente cobertura da área.

Por outro lado, as gotas mais grossas são utilizadas para controlar a deriva. Além disso, são indicadas para aplicar herbicidas sistêmicos ou em pré-emergência superficial e fornecem uma menor cobertura superficial em comparação aos bicos que produzem gotas mais finas.

Como prolongar a durabilidade dos bicos de pulverização?

Em geral, a vida útil dos bicos de pulverização pode ser prolongada a partir de algumas medidas importantes. Veja quais são a seguir!

Respeite a pressão recomendada

Em geral, o material, o design e o tipo de bico são fatores que definem os limites mínimos e máximos de pressão. Nesse sentido, é essencial que os produtores respeitem estes limites para garantir sua durabilidade e evitar uma troca precoce dos bicos de pulverização.

Limpe adequadamente

Para realizar a limpeza adequada dos bicos é necessário utilizar os materiais corretos. Isso significa que ao usar arames, estiletes e outros elementos, o desempenho do equipamento será comprometido.

Portanto, o recomendado é limpar os bicos com o auxílio de uma escova ou ar comprimido. Além disso, é importante destacar que os materiais de limpeza devem ser mais resistentes que o próprio bico para evitar seu desgaste.

Leia a prescrição dos produtos químicos

Alguns produtos contêm partículas suspensas dotadas de maior dureza que o material dos bicos de pulverização e podem levar ao desgaste. Por isso, é importante ficar atento com a prescrição dos produtos químicos para evitar essa ocorrência.

Nesse caso, é essencial escolher formulações minuciosamente elaboradas.

Conclusão

Como vimos, os bicos de pulverização determinam a vazão, o espectro de gotas e a forma do jato emitido. Com isso, é possível garantir uma aplicação mais precisa, evitando assim o desperdício e gerando mais economia e melhores resultados para a lavoura.

Por isso, fique atento ao escolher o bico ideal para a sua cultura, considere aspectos importantes como alvo, tipo de produto e condições climáticas.

Enfim, gostou desse conteúdo? Então aproveite e confira nosso live em parceria com o Grupo COMAM sobre pontas de pulverização:

Rafaella Aires

Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.

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