A antracnose é uma doença fúngica que se propaga em diversas partes das plantas. Em geral, ela pode causar danos significativos para a produção agrícola, podendo comprometer toda a lavoura.
Neste artigo, vamos falar sobre as consequências dessa doença especificamente na soja e explicar como combatê-la de forma eficaz.
Acompanhe a seguir!
O que é a antracnose?
A antracnose é uma doença provocada pelo fungo Colletotrichum truncatum que ataca culturas como soja, milho e feijão. Comum em regiões quentes e úmidas, como o cerrado e o sul do Brasil, ela pode causar grandes prejuízos aos agricultores, diminuindo a produção e a qualidade dos produtos.
Quais fatores favorecem o desenvolvimento da antracnose?
Existem diversos fatores que podem favorecer o surgimento e desenvolvimento da antracnose. Listamos os principais a seguir:
- Alta umidade: chuvas prolongadas, orvalho abundante e alta umidade relativa do ar são condições ideais para o desenvolvimento da doença;
- Temperaturas amenas: temperaturas entre 20°C e 25°C podem contribuir para o crescimento e desenvolvimento do fungo causador da antracnose;
- Restos culturais: a presença de restos de cultura infectada no solo serve como fonte de inóculo para novas infecções;
- Cultivares suscetíveis: o uso de cultivares altamente suscetíveis à doença aumenta o risco de epidemias;
- Deficiências nutricionais: plantas com deficiências nutricionais, especialmente de potássio, tendem a ser mais suscetíveis à antracnose;
- Densidade de plantio: o plantio adensado pode elevar a umidade relativa do ar entre as plantas, criando um ambiente propício para o desenvolvimento do fungo.
Quais são os sintomas da antracnose na soja?
Na prática, a antracnose pode afetar diversas partes da planta, como folhas, hastes, vagens e sementes. Confira os sintomas característicos dessa doença:
- Manchas: as lesões iniciais geralmente aparecem como pequenas manchas circulares ou irregulares, de coloração marrom-escura a negra na planta. Com o avanço da doença, essas manchas podem coalescer, formando áreas necrosadas maiores;
- Acérvulos: na superfície das lesões, é comum a formação de acérvulos, que são estruturas do fungo produtoras de esporos. Os acérvulos conferem às lesões um aspecto pontilhado, como se fossem pequenos pontos negros;
- Murcha: em casos mais severos, a antracnose pode causar murcha e morte das plantas, principalmente em condições de alta umidade;
- Deformações: as vagens infectadas podem apresentar deformações, rachaduras e queda prematura;
- Sementes: as sementes infectadas podem apresentar manchas escuras e redução da germinação.
Onde encontrar os sintomas:
- Folhas: as manchas normalmente começam nas margens ou pontas das folhas, podendo se espalhar para toda a lâmina foliar;
- Caules: manchas necróticas (castanho-escuras e negras);
- Vagens: lesões concêntricas escuras com pontuações pretas, que podem se transformar em manchas negras. Em fases mais avançadas, podem se romper e expor os grãos.
A identificação precoce da antracnose permite iniciar o tratamento adequado, o que ajuda a prevenir a disseminação da doença para outras plantas.
Quais são as consequências da antracnose na soja?
A antracnose é uma doença fúngica que pode causar graves consequências para a cultura da soja como:
- Redução da produção: a antracnose causa a queda prematura das vagens. Isso resulta em menor número de grãos por planta e, consequentemente, redução da produtividade;
- Degradação da qualidade dos grãos: os grãos infectados pela antracnose podem apresentar manchas e menor peso, o que reduz o valor comercial da soja;
- Disseminação da doença: a doença pode se disseminar rapidamente pela lavoura, infectando novas plantas e aumentando a severidade dos sintomas;
- Aumento dos custos de produção: o controle da antracnose exige a aplicação de fungicidas, gerando o aumento dos custos de produção. Além disso, a perda de produtividade e a necessidade de replantar áreas afetadas também geram custos adicionais.
- Impacto ambiental: o uso excessivo de fungicidas pode causar problemas ambientais, como a contaminação do solo e das águas.
Além das consequências citadas, outros danos podem ser notados na lavoura, como:
- Morte de plântulas;
- Queda das vagens;
- Deterioração das sementes;
- Redução do número de vagens;
- Retenção foliar.
Como fazer o controle da antracnose na soja?
O controle eficaz da antracnose depende da combinação de diversas práticas de manejo. Afinal, o uso isolado de uma única medida pode não ser suficiente para controlar a doença.
Sendo assim, o recomendado é utilizar um conjunto de práticas agrícolas para controlar o aparecimento da doença na lavoura, como:
- Rotação de culturas: a rotação com culturas não hospedeiras ajuda a reduzir a quantidade de inóculo do fungo no solo;
- Uso de sementes sadias: é fundamental utilizar sementes tratadas com fungicidas e derivadas de áreas livres da doença;
- Controle químico: a aplicação de fungicidas específicos pode ser eficaz no controle da doença, especialmente em áreas com histórico de ocorrência. O recomendado é aplicar logo após a poda e nos períodos anteriores à abertura das flores, durante o florescimento e na frutificação.
- Espaçamento adequado: ao ajustar a população de plantas, é possível evitar o molhamento foliar por muitas horas.
Como evitar a antracnose na soja?
Para evitar o aparecimento da antracnose na lavoura é necessário implementar algumas estratégias de manejo que visam reduzir o risco de ocorrência da doença. Veja a seguir algumas medidas que podem te ajudar nesse processo:
- Utilizar sementes sadias e certificadas;
- Tratar as sementes com fungicidas específicos;
- Fazer rotação de culturas, alternando o plantio de diferentes espécies;
- Controlar as plantas daninhas;
- Aumentar o espaçamento entre as linhas de plantas;
- Fazer adubação equilibrada;
- Monitorar a lavoura constantemente;
- Escolher cultivares adaptadas à região.
Conclusão
Como vimos, a antracnose é uma doença fúngica que afeta diversas culturas, causando manchas e lesões em folhas, frutos e caules.
Para realizar controle da doença, é necessário adotar um conjunto de medidas preventivas, como o uso de fungicidas, rotação de culturas e escolha de cultivares resistentes.
Gostou desse conteúdo? Então, aproveite e leia nosso artigo sobre as doenças da soja.
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.
Deixe um comentário