A rotação de culturas é um método utilizado para garantir a conservação do solo e evitar a resistência de pragas e doenças na lavoura.
Na prática, ela promove a alternância de cultivos de forma ordenada e planejada, em uma área por um determinado período. Assim, ajuda a melhorar características físicas, químicas e biológicas do solo ao mesmo tempo que controla o aparecimento de pragas, doenças e plantas daninhas.
Neste artigo, vamos falar sobre as principais vantagens da rotação de culturas e mostrar de que forma você deve implementá-la na lavoura.
Veja a seguir!
O que é rotação de culturas?
A rotação de culturas consiste em uma prática agrícola que promove a alternância de cultivo de uma área por um determinado período de tempo.
Essa prática é realizada de forma ordenada, sendo que o seu principal intuito é favorecer a conservação do solo e o controle de pragas e doenças na lavoura.
No processo de alternância das espécies, as plantas são selecionadas de acordo com alguns critérios relacionados a diferentes exigências nutricionais e suscetibilidade a pragas e doenças.
Quais são as vantagens da rotação de culturas?
Em síntese, a rotação de cultura possui muitas vantagens. Veja a seguir de que forma ela pode beneficiar a sua lavoura!
Melhora as características do solo
Quando é bem estruturada, a rotação de cultura possui plantas com arquiteturas radiculares diferentes que favorecem a qualidade do solo como um todo. Assim, promoverá os seguintes benefícios:
- Melhora a aeração do solo;
- Diminui a necessidade de adubação;
- Aumenta a produção de biomassa ou palhada para cobertura;
- Aumenta a infiltração e retenção de água no solo;
- Diminui problemas como a compactação do solo;
- Melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo.
Auxilia o controle de pragas e doenças
Ao escolher as plantas com características diferentes, a rotação de culturas aplica uma quebra de ciclos, que pode contribuir para o controle de pragas e doenças.
Isso acontece porque as plantas suscetíveis a diferentes tipos de pragas e doenças consequentemente não são atacadas pela cultura anterior.
Como resultado, é possível criar uma dinâmica ambiental que ajuda a reduzir o ataque dessas pragas e doenças.
Ajuda a combater o aparecimento de plantas daninhas
Na prática, algumas culturas são mais propícias ao surgimento de plantas daninhas. Isso ocorre devido a uma série de fatores como sombreamento, disponibilidade de água, ação alelopática, dentre outros.
No entanto, por promover uma alternância de cultivos, a rotação de culturas também interfere na ciclagem de plantas daninhas germinadas. Como parte desse processo, ocorre a variação no uso dos herbicidas, assim a resistência das plantas daninhas em relação ao produto torna-se menor.
Torna o sistema mais produtivo
Ao optar por utilizar a rotação de culturas associada ao sistema de cultivo e manejo, o produtor rural consegue romper o processo degradante do solo. Como resultado, ele conseguirá manter a lavoura integrada ao processo de produção agrícola e consequentemente, aumentar a produtividade.
Promove a recuperação de áreas degradadas
A princípio, durante o processo de ciclagem, a área de plantio recebe diferentes tipos de nutrientes. Logo, o local que está degradado consegue se recuperar, tornando-se apropriado para o desenvolvimento saudável das culturas.
Ademais, existem outras vantagens que podemos citar como:
- Restituição de matéria orgânica;
- Viabilização do sistema de plantio direto;
- Otimização no uso de máquinas e mão de obra;
- Reciclagem de nutriente e diminuição do uso de fertilizantes químicos;
- Elevação da eficiência econômica e agronômica dos sistemas de produção.
Como implantar a rotação de culturas na sua lavoura?
Para implantar a rotação de cultura na sua lavoura, será necessário fazer um planejamento para garantir uma alta eficiência e aumento na capacidade produtiva do solo.
Nesse sentido, primeiramente, você deve considerar fatores como:
1 – Selecione plantas que contribuam para fixar nitrogênio, com raízes profundas e de grande volume;
2 – Faça um investimento em plantas comerciais para garantir a geração de renda;
3 – Separe variedades considerando o objetivo do sistema (por exemplo, para cobrir o solo e contribuir para a adubação verde);
4 – Utilize culturas que têm sistemas radiculares diferentes, como as gramíneas e leguminosas;
5 – Sempre que possível, relacione espécies que produzam grande quantidade de biomassa e de rápido desenvolvimento, cultivadas isoladamente ou em consórcio com culturas comerciais.
6 – Opte por espécies adaptadas às condições edafoclimáticas da região.
7 – Por fim, é importante lembrar que o planejamento deve considerar não apenas o estabelecimento e condução da sequência de culturas plantadas. Mais do que isso, será preciso colocar em prática os conhecimentos sobre manejo — ou seja, preparo do solo (calagem e adubação), época de plantio, cultivares adaptadas para sua região e controle de plantas daninhas, pragas e doenças.
Cabe ressaltar que a técnica de rotação não é uma simples troca ao acaso de culturas. Para executá-la de maneira eficiente, deve-se planejar também a divisão da propriedade em talhões, considerando o período de três a quatro safras.
Como escolher as espécies para a rotação de culturas?
Na prática, a rotação de culturas pode ser realizada por diversos tipos de culturas. Entretanto, é importante considerar as características das plantas.
Sendo assim, o recomendado é utilizar plantas de diferentes grupos como:
- Gramíneas: milho, arroz, sorgo, trigo, milheto, aveia preta e aveia branca;
- Leguminosas: grão-de-bico, feijão, soja, amendoim, feijão guandu etc;
- Asteraceae: flores como o girassol.
Embora existam diversas culturas que podem ser aplicadas nesse processo, o recomendado é consultar um profissional da área. Desse modo, você terá uma definição adequada e favorável ao sistema de produção adotado.
Qual é a relação da rotação de culturas com as boas práticas de manejo de pragas?
Em meio aos métodos que podem ser utilizados no manejo de pragas, temos o controle cultural, que precisa ser uma ação preventiva e permanente da lavoura.
Esse tipo de controle consiste em reduzir a disponibilidade de alimentos para a praga, prevenindo assim, a explosão populacional na entressafra.
Como parte desse método temos justamente a rotação de culturas, que é responsável por prevenir a fixação e multiplicação de uma doença.
Contudo, além de controlar as pragas agrícolas, a prática contribui para a preservação de boas condições físicas e bioquímicas do solo, reposição de matéria orgânica e simplificação do processo de adubação.
Conclusão
A rotação de culturas é uma prática que traz inúmeros benefícios para a lavoura. Por meio da alternância de cultivos, de maneira planejada e ordenada, é possível minimizar os impactos ambientais como a degradação física, química e biológica do solo e o desenvolvimento de pragas.
No entanto, para que essa técnica obtenha resultados positivos, é necessário o planejamento e auxílio de um profissional especializado na área.
Gostou desse conteúdo e quer continuar aprendendo mais sobre esse assunto? Então leia também nosso artigo sobre Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.
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