Imagem de destaque para artigo sobre rotação de culturas no Blog AgriQ. (Créditos: Freepik)

Rotação de culturas: como funciona e quais são as vantagens?

Rotação de culturas: como funciona e quais são as vantagens?

A rotação de culturas é um método utilizado para garantir a conservação do solo e evitar a resistência de pragas e doenças na lavoura.

Na prática, ela promove a alternância de cultivos  de forma ordenada e planejada, em uma área por um determinado período. Assim, ajuda a melhorar características físicas, químicas e biológicas do solo ao mesmo tempo que controla o aparecimento de pragas, doenças e plantas daninhas.

Neste artigo, vamos falar sobre as principais vantagens da rotação de culturas e mostrar de que forma você deve implementá-la na lavoura.

Veja a seguir!

O que é rotação de culturas?

A rotação de culturas consiste em uma prática agrícola que promove a alternância de cultivo de uma área por um determinado período de tempo.

Essa prática é realizada de forma ordenada, sendo que o seu principal intuito é favorecer a conservação do solo e o controle de pragas e doenças na lavoura.

No processo de alternância das espécies, as plantas são selecionadas de acordo com alguns critérios relacionados a diferentes exigências nutricionais e suscetibilidade a pragas e doenças.

Quais são as vantagens da rotação de culturas?

Em síntese, a rotação de cultura possui muitas vantagens. Veja a seguir de que forma ela pode beneficiar a sua lavoura!

Melhora as características do solo

Quando é bem estruturada, a rotação de cultura possui plantas com arquiteturas radiculares diferentes que favorecem a qualidade do solo como um todo. Assim, promoverá os seguintes benefícios:

  • Melhora a aeração do solo;
  • Diminui a necessidade de adubação;
  • Aumenta a produção de biomassa ou palhada para cobertura;
  • Aumenta a infiltração e retenção de água no solo;
  • Diminui problemas como a compactação do solo;
  • Melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo.

Auxilia o controle de pragas e doenças

Ao escolher as plantas com características diferentes, a rotação de culturas aplica uma quebra de ciclos, que pode contribuir para o controle de pragas e doenças.

Isso acontece porque as plantas suscetíveis a diferentes tipos de pragas e doenças consequentemente não são atacadas pela cultura anterior.

Como resultado, é possível criar uma dinâmica ambiental que ajuda a reduzir o ataque dessas pragas e doenças.

Ajuda a combater o aparecimento de plantas daninhas

Na prática, algumas culturas são mais propícias ao surgimento de plantas daninhas. Isso ocorre devido a uma série de fatores como sombreamento, disponibilidade de água, ação alelopática, dentre outros.

No entanto, por promover uma alternância de cultivos, a rotação de culturas também interfere na ciclagem de plantas daninhas germinadas. Como parte desse processo, ocorre a variação no uso dos herbicidas, assim a resistência das plantas daninhas em relação ao produto torna-se menor.

Torna o sistema mais produtivo

Ao optar por utilizar a rotação de culturas associada ao sistema de cultivo e manejo, o produtor rural consegue romper o processo degradante do solo. Como resultado, ele conseguirá manter a lavoura integrada ao processo de produção agrícola e consequentemente, aumentar a produtividade.

Promove a recuperação de áreas degradadas

A princípio, durante o processo de ciclagem, a área de plantio recebe diferentes tipos de nutrientes. Logo, o local que está degradado consegue se recuperar, tornando-se apropriado para o desenvolvimento saudável das culturas.

Ademais, existem outras vantagens que podemos citar como:

  • Restituição de matéria orgânica;
  • Viabilização do sistema de plantio direto;
  • Otimização no uso de máquinas e mão de obra;
  • Reciclagem de nutriente e diminuição do uso de fertilizantes químicos;
  • Elevação da eficiência econômica e agronômica dos sistemas de produção.

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Como implantar a rotação de culturas na sua lavoura?

Para implantar a rotação de cultura na sua lavoura, será necessário fazer um planejamento para garantir uma alta eficiência e aumento na capacidade produtiva do solo.

Nesse sentido, primeiramente, você deve considerar fatores como:

1 – Selecione plantas que contribuam para fixar nitrogênio, com raízes profundas e de grande volume;

2 – Faça um investimento em plantas comerciais para garantir a geração de renda;

3 – Separe variedades considerando o objetivo do sistema (por exemplo, para cobrir o solo e contribuir para a adubação verde);

4 – Utilize culturas que têm sistemas radiculares diferentes, como as gramíneas e leguminosas;

5 – Sempre que possível, relacione espécies que produzam grande quantidade de biomassa e de rápido desenvolvimento, cultivadas isoladamente ou em consórcio com culturas comerciais.

6 – Opte por espécies adaptadas às condições edafoclimáticas da região.

7 – Por fim, é importante lembrar que o planejamento deve considerar não apenas o estabelecimento e condução da sequência de culturas plantadas. Mais do que isso, será preciso colocar em prática os conhecimentos sobre manejo — ou seja, preparo do solo (calagem e adubação), época de plantio, cultivares adaptadas para sua região e controle de plantas daninhas, pragas e doenças.

Cabe ressaltar que a técnica de rotação não é uma simples troca ao acaso de culturas. Para executá-la de maneira eficiente, deve-se planejar também a divisão da propriedade em talhões, considerando o período de três a quatro safras.

Como escolher as espécies para a rotação de culturas?

Na prática, a rotação de culturas pode ser realizada por diversos tipos de culturas. Entretanto, é importante considerar as características das plantas.

Sendo assim, o recomendado é utilizar plantas de diferentes grupos como:

  • Gramíneas: milho, arroz, sorgo, trigo, milheto, aveia preta e aveia branca;
  • Leguminosas: grão-de-bico, feijão, soja, amendoim, feijão guandu etc;
  • Asteraceae: flores como o girassol.

Embora existam diversas culturas que podem ser aplicadas nesse processo, o recomendado é consultar um profissional da área. Desse modo, você terá uma definição adequada e favorável ao sistema de produção adotado.

Qual é a relação da rotação de culturas com as boas práticas de manejo de pragas?

Em meio aos métodos que podem ser utilizados no manejo de pragas, temos o controle cultural, que precisa ser uma ação preventiva e permanente da lavoura.

Esse tipo de controle consiste em reduzir a disponibilidade de alimentos para a praga, prevenindo assim, a explosão populacional na entressafra.

Como parte desse método temos justamente a rotação de culturas, que é responsável por prevenir a fixação e multiplicação de uma doença.

Contudo, além de controlar as pragas agrícolas, a prática contribui para a preservação de boas condições físicas e bioquímicas do solo, reposição de matéria orgânica e simplificação do processo de adubação.

Conclusão

A rotação de culturas é uma prática que traz inúmeros benefícios para a lavoura. Por meio da alternância de cultivos, de maneira planejada e ordenada, é possível minimizar os impactos ambientais como a degradação física, química e biológica do solo e o desenvolvimento de pragas.

No entanto, para que essa técnica obtenha resultados positivos, é necessário o planejamento e auxílio de um profissional especializado na área.

Gostou desse conteúdo e quer continuar aprendendo mais sobre esse assunto? Então leia também nosso artigo sobre Manejo Integrado de Pragas (MIP).

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Rafaella Aires

Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.

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