As pragas da cana-de-açúcar são responsáveis por altas perdas nos canaviais. Sendo assim, adotar métodos de controle é fundamental para evitar sérios prejuízos na lavoura.
Neste artigo, vamos apresentar as principais pragas da cana-de-açúcar, mencionar os seus danos e indicar métodos eficazes de controle.
Acompanhe a seguir!
Quais são as principais pragas da cana-de-açúcar?
Em geral, as pragas podem causar grandes prejuízos para a cultura da cana-de-açúcar. Entre as principais, podemos citar:
- Broca da cana;
- Broca gigante;
- Bicudo da cana;
- Cigarrinha da cana;
- Cupim da cana-de-açúcar;
- Formiga saúva;
- Besouros.
Vamos ver mais sobre elas abaixo!
Broca da cana
A espécie de broca mais recorrente nos canaviais brasileiros é a mariposa Diatraea saccharalis. Essa praga é responsável por provocar grandes prejuízos nas plantações.
Os danos provocados pela broca da cana ocorrem desde a fase inicial de larva, mais conhecida como broquinha. Nesse estágio, a larva começa a raspar a folha e o colmo da cana e, em seguida, perfura o caule na base do entrenó (região mais mole) até entrar no colmo.
Assim, com o seu desenvolvimento, a larva fica maior (broca) e permanece dentro do colmo da cana, fazendo as galerias.
Danos
Em geral, a broca causa diversos prejuízos para a lavoura de cana-de-açúcar devido a abertura das galerias.
Dentre os sintomas específicos desse tipo de praga, podemos citar:
- Perda de peso;
- Morte de gemas;
- Secamento dos ponteiros em cana nova (quando atinge a região de crescimento da planta e causa o sintoma de coração morto em plantas jovens);
- Quebra da cana por conta da broca fazer as galerias, deixando a cana propensa a quebrar quando exposta a ventos;
- Brotações laterais;
- Enraizamento aéreo.
Além disso, o ataque da broca pode provocar perdas indiretas nas galerias afetadas pela praga. Isso significa que a abertura dessas galerias pode favorecer a entrada de fungos que causam a doença da podridão vermelha, uma das principais doenças da cana-de-açúcar.
Controle
O controle dessa praga pode ser realizado por meio do Manejo Integrado de Pragas, isso inclui a utilização de variedades resistentes, controle biológico com parasitoides, liberação de inimigos e aplicação adequada de inseticidas naturais seletivos.
Broca gigante
A broca gigante (Telchin licus), em sua forma larval, é capaz de causar danos na cana-de-açúcar. Nessa fase, normalmente possui 8 cm de comprimento e 1,2 cm de largura, sendo caracterizada pela cor branca com uma única mancha castanha.
Na fase adulta, a praga coloca ovos de coloração que varia entre verde e marrom, com 4 mm de comprimento e formato semelhante à fruta carambola.
Após sair do ovo, as lagartas penetram no solo, cavando galerias de até 1 m de comprimento no interior do colmo.
Vale destacar que a broca-gigante não desaparece após o corte da cana-de-açúcar. Em contrapartida, ela permanece alimentando-se dos rizomas e das raízes. Além disso, assim como a broca-da-cana, essa praga também causa o fenômeno do “coração morto”.
Danos
Em síntese, os danos causados pela broca-gigante e pela broca-da-cana são muito parecidos. No entanto, a diferença pode ser identificada durante o controle de pragas, em que é possível medir o diâmetro das galerias que elas abrem. Isso porque a broca-gigante faz aberturas maiores.
Controle
Para realizar o controle da broca-gigante, é necessário utilizar inimigos naturais, manejo cultural e semioquímicos. O conjunto desses métodos, quando bem aplicados, é eficiente e duradouro.
Bicudo da cana-de-açúcar
O bicudo da cana-de-açúcar (Sphenophorus levis) é uma praga altamente destrutiva, que tem sido encontrada com frequência nos canaviais. Em geral, ele ataca a touceira da cana, gerando perdas de 30 a 60% da produtividade, o que limita a longevidade da cultura.
Em sua fase adulta, o bicudo da cana é um besouro. Porém, é na fase de larva que o inseto escava a touceira da cana fazendo galerias, provocando o surgimento de clorose e secamento das folhas (de fora para dentro da touceira), afetando o estande da cana e a produtividade.
Como inseto, o bicudo se alimenta e faz galerias. Dessa forma, causa danos nos rizomas, morte dos perfilhos e falhas nos canaviais, favorecendo a reforma precoce.
Danos
Os canaviais afetados por essa praga não passam do segundo corte, já que a ação do bicudo reduz a produtividade das plantas. Em situações extremas, pode ocorrer a morte da cultura.
Ademais, o ataque dessa praga também provoca o aumento da proliferação de plantas invasoras. Isso acontece porque o bicudo deixa falhas nos perfilhos, o que gera espaços abertos.
Controle
O controle dessa praga pode ser feito por meio da destruição das soqueiras na reforma do canavial. Além disso, é possível utilizar inseticidas no sulco de plantio e nas soqueiras da cana.
Cigarrinha da raiz
A cigarrinha da raiz (Mahanarva fimbriolata) é outra praga que pode causar prejuízos aos canaviais. Na prática, ela pode gerar até 60% de perda em soqueira de cana.
Esse inseto pode provocar danos em seus estágios iniciais pela ninfa e pelo adulto da cigarrinha.
Danos
As ninfas se alimentam pela sucção de seiva e provocam a morte das raízes das plantas. Dessa forma, a praga afeta o fluxo de água e nutrientes para a parte aérea, o que causa a liberação de uma espécie de espuma branca que se acumula na parte inferior da planta ao nível do solo.
Esses danos na raiz geram problemas no colmo, como afinamento e rachaduras. Além disso, interferem na qualidade da matéria-prima, aumentando o teor de fibras e impurezas.
Os adultos se alimentam das folhas e dos colmos, o que pode levar à necrose no local da alimentação.
Nesse caso, além das pequenas manchas amarelas nas folhas que, posteriormente, se tornam avermelhadas e opacas, também há redução na capacidade de fotossíntese e do conteúdo de sacarose do colmo.
Controle
O manejo de controle da cigarrinha da raiz é feito por meio do monitoramento no início do período chuvoso até terminar a estação chuvosa.
Ademais, também é possível adotar ações voltadas para o controle com defensivos biológicos ou agrotóxicos.
Cupim da cana-de-açúcar
Conhecido como cupim subterrâneo, essa praga é capaz de construir ninhos abaixo do nível do solo. Em geral, esses cupins vivem em colônias organizadas e provocam falhas na brotação das soqueiras, diminuindo assim a durabilidade do canavial.
Danos
Os cupins da cana-de-açúcar danificam os toletes recém-plantados, as gemas e provocam falhas na germinação. Além disso, quando as plantas já estão maiores, eles atacam as galerias criadas por outras pragas da cana e penetram a cultura para cortarem o alimento.
Controle
Para controlar os ataques dos cupins, é necessário adotar a utilização de fungos patogênicos, que podem ser encontrados em casas de produtos rurais.
No entanto, outra opção é a aplicação de inseticida no momento da plantação da cultura.
Formiga saúva
A formiga saúva também é uma praga que atinge a cultura de cana-de-açúcar. Em geral, elas são grandes e são compostas por grandes câmaras.
Danos
Essas pragas prejudicam o desenvolvimento da planta pois cortam as folhas e os ramos, destruindo assim a cultura da cana-de-açúcar.
No mais, elas causam a desfolha, principalmente em plantas jovens.
Controle
A melhor forma de controlar a presença da formiga saúva nas lavouras de cana é utilizar inseticidas e iscas tóxicas.
Besouros (Migdolus Fryanus)
Antes de se transformar em um besouro, o Migdolus Fryanus é uma larva branca que possui cerca de 4 centímetros e ataca as reboleiras na cana plantada e em outros cortes subsequentes.
Danos
A ação do besouro pode causar uma destruição em toda a lavoura. Isso porque as plantas atacadas criam poucas raízes, resultando no secamento de touceiras nas reboleiras infestadas.
Controle
Como forma de controle, o produtor pode adotar a prática de rotação de culturas. Dessa forma, a ideia é cultivar uma espécie que não seja atacada pelo besouro — assim, essa praga não terá o que comer e morrerá.
Outra opção é planejar armadilhas utilizando feromônio para atrair os machos, que caem nela e morrem. Essa armadilha deve ser trocada a cada três semanas.
Manejo Integrado de Pragas na cultura de cana-de-açúcar
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma das maneiras mais eficientes de promover o controle das pragas da cana-de-açúcar. Isso significa que a junção de várias medidas é capaz de combater as ações desses inimigos das lavouras.
Nesse contexto, um dos pilares do MIP é o monitoramento da lavoura para verificar as pragas presentes no local. O objetivo é realizar um levantamento contínuo, estimando a densidade populacional para definir a melhor estratégia de manejo.
Entre as principais medidas adotadas no MIP da cana-de-açúcar, temos:
- Monitoramento e levantamento das pragas no canavial, analisando a ocorrência de cada praga e a densidade populacional;
- Sistemas de cultivo/reforma do canavial para reduzir a presença da praga;
- Limpeza de equipamentos e máquinas agrícolas;
- Avaliar a qualidade das mudas, uma vez que elas podem dispersar várias pragas e novas áreas;
- Utilizar variedades de cana-de-açúcar tolerantes ou resistentes às pragas;
- Controle químico a partir do uso de inseticidas;
- Controle biológico com vários parasitoides para cada praga.
Receituário agronômico
Ao optar pelo controle químico das pragas da cana-de-açúcar, o uso do receituário agronômico é obrigatório. Na prática, ele consiste no documento com a prescrição de uso dos defensivos agrícolas.
O principal objetivo do receituário agronômico é garantir a segurança na venda e no uso de defensivos agrícolas.
A partir do documento, o responsável técnico habilitado formaliza a recomendação técnica da aplicação do agrotóxico.
Assim, com as orientações de uso, o produtor rural e o profissional responsável pela aplicação sempre tem em mãos uma referência de como utilizar o agrotóxico.
Sabemos que defensivos agrícolas são produtos químicos que representam risco à saúde das pessoas e do meio ambiente caso não sejam utilizados da maneira correta. Portanto, o uso da receita agronômica garante uma aplicação segura e correta desses produtos.
Conclusão
Neste artigo, podemos conferir as principais pragas da cana-de-açúcar, os danos causados por cada uma delas e os métodos mais eficazes de controle.
Também vimos a importância do receituário agronômico durante o processo de controle de pragas e o porquê ele é fundamental para garantir a segurança na aplicação de defensivos agrícolas.
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Enfim, gostou desse conteúdo? Então aproveite e leia nosso artigo sobre usinas de cana-de-açúcar.
Até a próxima!
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.
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