As pragas da soja podem provocar danos e perdas na produtividade das culturas. Nesse sentido, conhecê-las é essencial para proteger as lavouras e evitar prejuízos para a propriedade rural.
Neste artigo, listamos as 15 principais pragas da soja e explicamos como combatê-las de forma eficaz.
Acompanhe a seguir!
Quais são as principais pragas da soja?
As pragas da soja podem variar conforme a região e condições climáticas. Conheça a seguir as 15 principais e saiba como combatê-las!
1. Percevejo-marrom (Euschistus heros)
O percevejo-marrom tem a soja como seu principal hospedeiro. Além de ser uma espécie abundante, ele consegue se adaptar bem em regiões quentes e pode ser encontrado no norte do estado do Paraná e nas regiões Centro-Oeste e Nordeste.
Em geral, essa praga pode causar danos irreversíveis, pois ela age por meio da sucção da seiva dos ramos, hastes e vagens. Como resultado, há a redução na qualidade das sementes e queda na produção, podendo gerar o prejuízo de até 30% do potencial produtivo.
Na prática, o controle do percevejo-marrom deve ser feito por meio da pulverização de produtos químicos. Neste contexto, o ideal é optar por produtos mais seletivos aos inimigos naturais e menos tóxicos ao homem.
2. Lagarta-do-cartucho/lagarta-militar (Spodoptera frugiperda)
A lagarta-militar ou lagarta-do-cartucho são pragas esporádicas na soja. Na fase inicial da cultura, a praga ataca a base do caule das plântulas. Em outras etapas de desenvolvimento da planta, podem atacá-la por completo, nas folhas, brotações, hastes, vagens e grãos verdes.
Geralmente, a lagarta-militar costuma-se alimentar da soja durante a noite ou quando o tempo está nublado. De dia, ela costuma repousar na própria planta ou no solo.
O controle da lagarta-militar pode ser feito tanto com controle químico, com aplicação de inseticidas, ou com controle biológico. A rotação de culturas também pode ser uma estratégia aliada, de forma a quebrar o ciclo da praga.
3. Lagarta-falsa-medideira (Pseudoplusia includens)
Esta espécie possui três pares de falsas pernas e quando se locomove, parece que está medindo um palmo. Além da soja, essa praga também ataca as culturas de feijão, arroz e trigo.
Em geral, quando ainda é pequena, a lagarta-falsa-medideira age raspando as folhas, causando manchas claras. No entanto, à medida que cresce, essa praga acaba destruindo completamente as folhas, podendo danificar até as hastes mais finas.
Na prática, o recomendado é que o controle químico desta espécie seja feito quando forem encontradas, em média, 40 lagartas grandes por pano de batida ou se a desfolha atingir 30%, na fase vegetativa, ou 15%, na fase reprodutiva.
4. Mosca-branca (Bemisia tabaci)
Encontrada nas principais regiões agrícolas do mundo, a mosca-branca é um transmissor de vírus que ataca diversas culturas. Essa praga adapta-se especialmente em regiões que possuem clima quente e umidade elevada.
Em geral, a mosc- branca é capaz de causar danos diretos e indiretos. Isso ocorre porque ela realiza a penetração intercelular dos estiletes através de tecidos foliares do mesófilo até o floema, no qual faz a sucção da seiva elaborada para se alimentar.
Sendo assim, o primeiro passo para realizar o seu controle é realizar o tratamento de sementes com inseticidas carbamatos sistêmicos. Outras opções são o uso de sistêmico granulado no sulco do plantio ou a pulverização com fosfatos sistêmicos.
5. Ácaro-rajado (Tetranychus urticae)
O ácaro-rajado é considerado uma praga primária em diversas culturas, que surge na superfície inferior das folhas. Assim, quando ocorre a infestação, as folhas ficam amareladas na face oposta à colônia.
As áreas atingidas por essa praga podem necrosar e ficar perfuradas. Em casos de infestações severas, ocorre a desfolha precoce, o que afeta a produtividade.
Para controlar o surgimento do ácaro-rajado, é necessário aplicar agrotóxicos registrados para as culturas, nas horas mais frescas do dia.
Além da soja, essa praga também atinge culturas como algodão, amendoim, berinjela, acerola, abóbora, morango, feijão e melão.
6. Lagarta rosca (Agrotis ipsilon)
A lagarta rosca tem esse nome porque fica enrolada durante o dia no solo ou quando é tocada. Essa praga é responsável por atacar diversas culturas como feijão, soja, algodão, cebola, tomate, batata, milho, cenoura e outras.
Na prática, a lagarta rosca vive enterrada, em pequena profundidade, junto às plântulas; à noite, ela as corta rente ao solo. Em geral, os ataques desta praga ocorrem na fase inicial, desde a emergência das plântulas até o início do florescimento, comprometendo o estabelecimento da cultura.
Para controlar essa praga, é necessário realizar o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos e promover a eliminação antecipada de plantas invasoras hospedeiras, em áreas com histórico de incidência da lagarta rosca.
Já em áreas menores, o indicado é distribuir iscas preparadas à base de farelo, melaço e inseticidas (carbamato ou piretroide), aplicando os grânulos na lavoura ao final do dia.
7. Coró da soja (Phyllophaga cuyabana)
O coró da soja se reproduz apenas uma vez ao ano no início da estação chuvosa. Essa espécie é responsável por atacar as raízes das plantas de soja e provocar prejuízos para a lavoura.
Os danos que o coró da soja causa são decorrentes da destruição de plântulas, as quais são puxadas para dentro do solo ou secam e morrem pela falta de raízes.
Outros danos provocados por essa praga são:
- Amarelecimento das folhas;
- Desenvolvimento retardado;
- Destruição das plântulas;
- Redução do número das vagens e grãos;
- Morte da planta.
8. Percevejo-da-soja (Nezara viridula)
Considerado uma das principais pragas dos órgãos reprodutivos da cultura da soja, o percevejo-da-soja (também conhecido como percevejo-verde) pode provocar a queda prematura de vagens, chochamento e depreciação do produto e deformar as sementes.
Essa espécie se alimenta de outras culturas, além da soja, e se desenvolve com frequência na região sul do país.
O controle do percevejo-da-soja pode ser feito por meio da pulverização de produtos químicos. Nesse caso, o recomendado é escolher os mais seletivos aos inimigos naturais e menos tóxicos ao homem.
9. Nematoide de galhas (Meloidogyne javanica)
Os nematoides de galhas estão presentes em todo o mundo, principalmente em regiões de clima quente, incluindo as regiões tropicais e subtropicais.
Esses nematoides geralmente atingem as culturas de soja, algodão, feijão, cana-de-açúcar, tabaco, café, além de plantas forrageiras, hortaliças e frutíferas.
Além disso, são classificados como endoparasitas, pois ao penetrarem as raízes das plantas, estabelecem um sítio de alimentação e formação de células enormes ao redor do mesmo.
Como resultado, ocorre a formação das galhas nas raízes, sintomas específicos da penetração e infecção por M. incognita. As raízes acabam por ficar gravemente danificadas e suscetíveis ao ataque de fungos de bactérias, o que as leva a apodrecerem.
Para controlar essa praga, é necessário investir em mudas sadias e limpar ferramentas e máquinas antes de executar o trabalho nas áreas que ainda não foram infestadas.
Outra medida de controle é utilizar a adubação verde nas entrelinhas, cultivando plantas que inibem a reprodução, e eliminar as plantas daninhas hospedeiras de nematoides.
10. Percevejo castanho (Scaptocoris castanea)
O percevejo castanho possui hábitos subterrâneos e é responsável por atacar um grande número de plantas hospedeiras. Sua presença é reconhecida com facilidade devido ao forte cheiro que exala quando o solo é movimentado.
Essa praga age sugando a seiva das raízes da soja. Nos casos de ataque severo, ocorre o definhamento e morte da planta.
A intensidade dos sintomas provocados pelo ataque pode variar conforme a época e, muitas vezes, são confundidos com deficiência nutricional ou doença da planta.
O controle preventivo é o mais indicado para essa praga. Dessa forma, o produtor deve realizar o monitoramento dos percevejos por meio de amostragens antes da instalação da lavoura.
Ademais, medidas como alteração da época de semeadura e aplicação de inseticidas no sulco de semeadura também podem ajudar no manejo.
11. Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)
O tamanduá-da-soja, também conhecido como bicudo-da-soja, tem como características principais a tonalidade escura com linhas amarelas ou brancas e seu bico, que é utilizado em seus ataques.
Essa praga ataca a cultura desde a sua fase inicial. Enquanto ainda é larva, ela se esconde dentro da haste principal da planta e consome todo o conteúdo do tecido da planta, podendo provocar a morte.
Na fase adulta, ela faz a raspagem das hastes das plantas, deixando-as com aspecto desfiado. Como resultado, a cultura fica frágil e pode morrer.
Para realizar o controle, o recomendado é realizar amostragens nos talhões onde foram identificados ataques severos na safra anterior ou entressafra.
Além disso, a rotação de culturas, aplicação de inseticidas e tratamento de sementes também podem ser adotados como medidas de controle dessa praga.
12. Cupim subterrâneo (Procornitermes triacifer)
O cupim subterrâneo é um inseto mastigador e polífago que se alimenta de matéria vegetal em decomposição ou viva.
Essa espécie constrói ninhos subterrâneos, que são menos visíveis. Nas lavouras, ele consome as sementes e raízes das plantas, provocando assim falhas nas linhas de plantio e o enfraquecimento e a morte das plantas, especialmente as mais jovens.
Na prática, essa praga é difícil de controlar. No entanto, para reduzir a infestação e danos para as plantações, é possível aplicar inseticidas no sulco de plantio ou investir no tratamento de sementes.
13. Piolho-de-cobra (Julus hesperus)
O piolho-de-cobra se alimenta de material vegetal vivo ou em decomposição e são mais comuns em solos pouco revolvidos e com boa cobertura vegetal, como ocorre no plantio direto.
Essa praga causa danos no início da cultura, já que se alimenta de sementes, cotilédones e plântulas. Os piolhos geralmente se concentram nas linhas de plantio, onde penetram o solo com mais facilidade e obtêm o alimento.
Em altas infestações, pode ocorrer grandes falhas de germinação e necessidade de replantio. As maiores perdas acontecem quando o ataque coincide com condições de estresse, como seca, profundidade excessiva de semeadura e solos frios com excesso de umidade.
O controle do piolho de cobra é realizado por meio da aplicação de inseticida nas sementes ou pulverização nas plantas.
14. Cascudinho verde (Megascelis aeroginosa)
Essa espécie possui coloração verde metálica com várias estrias e pontuações no dorso, tem cerca de 5 mm de comprimento, na fase adulta, e pouco mais que isso na fase larval.
O cascudinho verde é um polífago que se alimenta de plantas de diferentes famílias, como hortaliças, feijão, milho, soja e até carrapicho. Os adultos danificam as folhas sem, geralmente, comprometer a produção da soja.
Eles são responsáveis por atacar brotações e folhas, causando perfurações e recortes nas margens.
Para realizar seu controle é necessário aplicar defensivos registrados para essa praga e cultura.
15. Percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus)
O percevejo-barriga-verde é mais encontrado na Região Sul do Brasil e pode provocar perdas parciais ou total nas lavouras de milho, soja e trigo. Essa praga possui cerca de 1 cm de comprimento, coloração marrom na região dorsal e abdome verde.
Na prática, tanto adultos como ninfas se alimentam da seiva das plantas e causam danos ao introduzirem seus estiletes na base das culturas, por meio da bainha das folhas, o que os leva alcançar as folhas internas.
Ao sugarem hastes, brotações e vagens da soja, esse inseto injeta toxinas que causam retenção foliar, a chamada “soja louca”. Assim, quando o ataque é nas vagens, há formação de grãos chochos ou manchados.
O controle do percevejo-barriga-verde pode ser realizado por meio do tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos ou por pulverizações logo após a emergência das plantas, quando é detectada a presença da praga.
Conclusão
Como vimos, as pragas da soja podem agir de diferentes maneiras e saber identificá-las é o primeiro passo para conseguir combatê-las.
Neste artigo, apresentamos as principais pragas da soja, os danos que elas podem provocar e os métodos mais eficientes de controle.
Por isso, fique atento e não esqueça de realizar o monitoramento constante da sua lavoura.
Até a próxima!
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no AgriQ Receituário Agronômico.
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